Notícia
António de Sousa desmente Constâncio sobre avisos de Almerindo Marques
Na comissão de inquérito à CGD, Vítor Constâncio disse não se lembrar de ter recebido avisos de Almerindo Marques. António de Sousa diz que foi precisamente o antigo governador do Banco de Portugal que o alertou para este assunto.
Em 2002, Almerindo Marques, na altura administrador da CGD, alertou o então governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, bem como o Ministério das Finanças e a Presidência da República, sobre a forma como era gerida a concessão de crédito no banco público, que não seria rigoroso no controlo do risco.
Chegados a 2019, Vítor Constâncio foi chamado à segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da CGD e à gestão do banco, onde garantiu não ter memória de ter recebido qualquer carta ou aviso da parte de Almerindo Marques. Esta terça-feira, 30 de abril, António de Sousa, antigo presidente da Caixa, assegurou a esta mesma comissão de inquérito que nunca leu esta carta, mas que foi o próprio Vítor Constâncio que lhe falou dela.
António de Sousa, presidente da Caixa entre 2000 e 2004, está a ser ouvido esta manhã na comissão de inquérito. Questionado sobre as críticas deixadas durante o seu mandato por Almerindo Marques, que abandonou a administração do banco público em desacordo com o então presidente, António de Sousa não se alongou sobre o assunto, mas desmentiu a versão que foi partilhada por Vítor Constâncio, já ouvido nesta comissão de inquérito.
"Nunca li" as cartas enviadas por Almerindo Marques a Vítor Constâncio, Guilherme d'Oliveira Martins (ex-ministro das Finanças) e Jorge Sampaio (então Presidente da República), afirmou António de Sousa, antes de esclarecer que conhece o seu conteúdo, porque Vítor Constâncio lhe disse que as mesmas foram enviadas.
Quando foi ouvido nesta comissão de inquérito, no mês passado, o antigo governador do Banco de Portugal alegou não ter memória destes avisos deixados por Almerindo Marques. "Não me lembro. Isso será quando? Há 12 anos? Tanto papel que recebi, tanto relatório que li", afirmou então.
Confrontado com a falta de memória de Constâncio, António de Sousa esclareceu que a conversa sobre este assunto terá sido muito curta. "O assunto era muito mais importante para mim do que era para ele. Vítor Constâncio falou-me do assunto numa reunião e a conversa foi muito curta, por isso, até percebo que não se lembre muito do assunto".
Seja como for, o ex-presidente da Caixa fez questão de salientar que Almerindo Marques não tinha responsabilidades na área do crédito, desvalorizando as críticas deixadas pelo antigo administrador às práticas de concessão do banco público. "Nunca teve nenhum pelouro de crédito nem nunca teve nenhuma atuação na área do crédito. Estava muitíssimo ocupado porque tinha todo o backoffice da Caixa", afirmou, acrescentando que Almerindo Marques não participava sequer na maioria das reuniões do conselho alargado de crédito.
As preocupações de Almerindo Marques terão, assim, surgido através do que lhe "disseram outros diretores da Caixa, pessoas que ele respeitava", concluiu António de Sousa.
Chegados a 2019, Vítor Constâncio foi chamado à segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da CGD e à gestão do banco, onde garantiu não ter memória de ter recebido qualquer carta ou aviso da parte de Almerindo Marques. Esta terça-feira, 30 de abril, António de Sousa, antigo presidente da Caixa, assegurou a esta mesma comissão de inquérito que nunca leu esta carta, mas que foi o próprio Vítor Constâncio que lhe falou dela.
"Nunca li" as cartas enviadas por Almerindo Marques a Vítor Constâncio, Guilherme d'Oliveira Martins (ex-ministro das Finanças) e Jorge Sampaio (então Presidente da República), afirmou António de Sousa, antes de esclarecer que conhece o seu conteúdo, porque Vítor Constâncio lhe disse que as mesmas foram enviadas.
Quando foi ouvido nesta comissão de inquérito, no mês passado, o antigo governador do Banco de Portugal alegou não ter memória destes avisos deixados por Almerindo Marques. "Não me lembro. Isso será quando? Há 12 anos? Tanto papel que recebi, tanto relatório que li", afirmou então.
Confrontado com a falta de memória de Constâncio, António de Sousa esclareceu que a conversa sobre este assunto terá sido muito curta. "O assunto era muito mais importante para mim do que era para ele. Vítor Constâncio falou-me do assunto numa reunião e a conversa foi muito curta, por isso, até percebo que não se lembre muito do assunto".
Seja como for, o ex-presidente da Caixa fez questão de salientar que Almerindo Marques não tinha responsabilidades na área do crédito, desvalorizando as críticas deixadas pelo antigo administrador às práticas de concessão do banco público. "Nunca teve nenhum pelouro de crédito nem nunca teve nenhuma atuação na área do crédito. Estava muitíssimo ocupado porque tinha todo o backoffice da Caixa", afirmou, acrescentando que Almerindo Marques não participava sequer na maioria das reuniões do conselho alargado de crédito.
As preocupações de Almerindo Marques terão, assim, surgido através do que lhe "disseram outros diretores da Caixa, pessoas que ele respeitava", concluiu António de Sousa.