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Antigo líder do FMI vai a julgamento por uso de cartões com gastos ilimitados no Bankia

Rodrigo Rato foi presidente do Bankia e gastou 99 mil euros em despesas pessoais com dinheiro do banco. Vai ser julgado pelo escândalo que, ao todo, alegadamente tirou 15,5 milhões de euros do banco para gastos de dirigentes.

Reuters
01 de Fevereiro de 2016 às 16:28
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O antigo presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato (na foto), vai ter de explicar, perante o tribunal, o uso de cartões de crédito ilimitados do banco que liderava, o Bankia.

 

A informação avançada pela agência de informação Efe revela que Fernando Andreu, um juiz da chamada Audiência Nacional, determinou a abertura de um procedimento judicial contra 66 antigos membros da administração e gestores da Caja Madrid e do Bankia. Entre eles está Rato, que além de director-geral do FMI entre 2004 e 2007 foi também vice-presidente dos Governos de José María Aznar e esteve na presidência do Bankia de 2010 a 2012, e Miguel Blesa que também presidiu ao Caja Madrid, uma das instituições de poupança que deu lugar ao Bankia, instituição financeira que foi alvo de intervenção estatal em Espanha.

O julgamento insere-se no escândalo conhecido como cartões "black", que os responsáveis do banco tinham sem qualquer limite de despesas e que eram utilizados para gastos pessoais. O juiz considera que há indícios de crime de apropriação indevida e peculato, tanto pela emissão dos cartões como pela sua utilização. 

 
Gastos pessoais de 15,5 milhões


Segundo a Efe, a brigada anti-corrupção, que pertence ao Fisco espanhol, considera que Rodrigo Rato gastou mais de 99 mil euros com o seu cartão. Miguel Blesa, que foi o presidente da administração do Caja Madrid de 1996 a 2009, terá tido despesas, às custas da instituição que liderou, de mais de 436 mil euros. Diz o jornal espanhol Expansión que só 136 mil euros foram gastos em restaurantes, vinho e vestuário.

 

A Efe diz que, em Dezembro, quando concluída a fase de instrução, ficou apurado que os cartões "black" serviram para "gastos pessoais" de 15,5 milhões de euros só entre 1999 e 2012.

 

De acordo com os dados da agência, a brigada do Fisco pede uma pena de prisão de seis anos a Blesa e de quatro anos e meio para Rodrigo Rato. Mas há outros pedidos: o fundo espanhol da banca, o FROB, accionista do Bankia, o próprio Bankia e ainda o partido União, Progresso e Democracia (UPYD) também avançaram com acusações no âmbito da utilização indevida destes cartões.

Rato tem a sua gestão do Bankia investigada pela polícia (tal como Blesa no caso do Caja Madrid) devido às remunerações recebidas. Entretanto, foi detido para interrogatório em Abril do ano passado por suspeitas de branqueamento de capitais no âmbito de um processo de regularização de dinheiro detido no estrangeiro (equivalente ao português RERT). Depois dessa detenção, da qual saiu logo em liberdade, o antigo político terá alegadamente continuado a ludibriar o fisco espanhol, segundo foi noticiado em Novembro.

 

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