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Rodrigo Rato cobrava 65.000 euros por conferência. E fugia ao Fisco

Depois de sair do FMI, em 2007, Rodrigo Rato, o espanhol que liderou o Fundo e que chegou a ser o número dois de Aznar, dedicou-se a dar conferências. O El Pais escreve esta quinta-feira que em sete anos facturou 14 milhões que não declarou ao Fisco.

Bloomberg
09 de Fevereiro de 2017 às 10:00
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Economista, vice-presidente de Aznar no início do século e director-geral do Fundo Monetário Internacional. A este currículo, onde contava já um processo crime por branqueamento de capitais,  Rodrigo Rato soma agora novas entradas e novamente pelas piores razões. O político espanhol está a ser investigado por fuga aos impostos e é acusado de fraude fiscal pela Agência Tributária espanhola: entre 2004 e 2015 terá lesado o Estado em 6,8 milhões de euros.

 

O El Pais adianta, na sua edição desta quinta-feira, que Rato nunca declarou ao Fisco um montante superior a 14 milhões de euros arrecadado sobretudo com conferências, actividade a que se dedicou depois de sair do FMI. Os números aparecem num relatório do Instituto Nacional de Investigação de Fraude, revelado pelo jornal e que está desde o final de Janeiro na posse de um juiz madrileno e a aguardar uma decisão.

 

O relatório, de 634 páginas, indica que o ex-ministro cobrava, por conferência, qualquer coisa como 65 mil euros. Dos 6,8 milhões de impostos detectados em falta, 5,4 milhões já terão prescrito. Rato nega as acusações e afirma que durante o período em investigação pagou ao Fisco sete milhões de euros.

 

Depois de sair do FMI, em 2007, Rato regressou a Espanha e dedicou-se a dar conferência ao mesmo tempo que trabalhava com a Lazard, Caja Madrid e Bankia. Asseroava ainda a Telefonica, o Santander e a CaixaBank, descreve o El Pais. Ele próprio dizia, segundo declarações da sua secretária à polícia, que dava conferências porque "pagavam muito bem".

 

O relatório agora divulgado pelo El Pais escreve que a facturação era feita através de uma empresa chamada Arada, e que aparecem valores a partir dos 36 mil euros, pagos por empresas publicas, grandes cotadas, associações empresariais e bancos, entre outros.

Os mais generosos terão sido a Repsol e a Caja Madrid, que lhe pagaram 65 mil euros por conferência.

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