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Rodrigo Rato ao El País: "Estou em casa e em liberdade"

O antigo vice-presidente do Governo espanhol foi ontem detido e libertado cerca de oito horas depois. Em declarações ao jornal El País, o antigo político e antigo director-geral do Fundo Monetário Internacional afirmou estar "em casa e em liberdade" e acrescentou que "colaborou activamente" com as autoridades.

Reuters
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Rodrigo Rato foi detido esta quinta-feira, 16 de Abril, e libertado horas depois - por volta da meia-noite em Madrid, 23 horas em Lisboa. Em declarações ao jornal espanhol El País, após ter sido libertado, o antigo vice-presidente dos Governos de Aznar, revelou estar "em casa e em liberdade" e que "colaborou activamente" com os investigadores.

 

A detenção do economista e político espanhol, que foi também director-geral do Fundo Monetário Internacional e presidente do Bankia, ocorreu três horas depois de se iniciar uma busca ao seu domicílio por agentes aduaneiros da Autoridade Tributária [Agência Tributária, em Espanha]. Horas depois de uma inspecção ao seu domicílio, após denúncia por presumíveis delitos de branqueamento de capitais, fraude e apropriação indevida de bens, Rodrigo Rato (na foto) saiu escoltado num carro da polícia.

 

Já em liberdade, Rodrigo Rato salientou ainda que "tem plena confiança no sistema judicial" ainda que não tenha revelado detalhes sobre as investigações, segundo o El País. Assegurou também que se encontra "bem e à disposição da justiça" para prestar declarações quando for chamado. A publicação espanhola escreve que está previsto que nos próximos dias, ou mesmo horas, possam decorrer novas buscas em outra propriedade da família do antigo governante, localizada fora de Madrid.

 

Fontes do jornal, com conhecimento do processo, afirmam que a justiça não vai pedir a prisão de Rodrigo Rato. As mesmas fontes adiantam que o antigo presidente do Bankia colaborou durante todo o tempo que duraram as investigações, contudo, não terá reconhecido nada.

 

El Mundo: Rato criou sociedades em vários países em nome de familiares

 

O jornal espanhol El Mundo, por sua vez, escreve esta manhã que Rodrigo Rato é suspeito de tentar apropriar-se de bens e evitar responsabilidades no escândalo do Bankia. Para isso, terá uma rede societária complexa em vários países, incluindo paraísos fiscais. As empresas que estão sob investigação têm como titulares membros da sua família, incluindo os seus três filhos. E empresas vinculadas a uma irmã e a uma sobrinha, de acordo com fontes da publicação.

 

Os investigadores espanhóis dirigiram-se a propriedades de Rodrigo Rato na sequência de uma denúncia. Esta, escreve o El Mundo, conta com mais de 80 páginas e detalha propriedades vinculadas ao ex-governante em paraísos fiscais como Gibraltar, algo que vai contra as informações prestadas anteriormente por Rato. A denúncia conta ainda com sociedades vinculadas ao ex-presidente do Bankia na Holanda, Reino Unido, Estados Unidos e República Dominicana.

 

Alguns aspectos sobre a situação de Rodrigo Rato

 

O jornal económico espanhol Cinco Días tem esta sexta-feira um artigo em que detalha alguns aspectos sobre a detenção de Rato ocorrida esta quinta-feira. Uma das questões a que este jornal se propõe a responder é de que é acusado o antigo vice-presidente do Governo espanhol. Assim, explica, no início desta semana, vários órgãos de comunicação revelaram que Rodrigo Rato tinha recorrido à amnistia fiscal, aprovada pelo Governo em 2012  uma medida que - tal como em Portugal – visa uma regularização da situação fiscal de um contribuinte. Algo que não é um delito.

 

No entanto, ontem foi revelado que o ministério público estava a investigar a possibilidade de fraude, branqueamento de capitais e apropriação indevida. E que a denúncia estava já nas mãos de um juiz. A investigação em causa tem por base "uma rede societária familiar complexa", tal como refere o El Mundo, identificada pelas autoridades tributárias na sequência desta amnistia fiscal. Pelo que, agora as autoridades vão averiguar se as suspeitas se confirmam e há delitos.

 

Um outro aspecto que o artigo do Cinco Días explica é que houve mais de 30 mil espanhóis a recorrerem a esta amnistia. Deste total, foram identificados 705 casos em que há indícios de situações anteriores à regularização que podem indiciar um delito de branqueamento de capitais, fraude e apropriação de bens. Nestes casos que beneficiaram da amnistia fiscal há situações foram enviadas pela autoridades tributárias ao Sepblac – uma unidade de prevenção contra o branqueamento de capitais -  que têm como perfil serem pessoas expostas politicamente.

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