Há mais um caso a afectar o banco espanhol Bankia, uma das instituições financeiras alvo de resgate, em 2012. O Banco de Espanha entregou às autoridades judiciais esta quinta-feira, 4 de Dezembro, um relatório em que avalia as contas do banco. Um documento com duras críticas aos dados financeiros apresentados quer pela actual quer pela anterior administração do banco, adianta a imprensa espanhola.

Um dos maiores problemas está na documentação apresentada na oferta pública inicial em bolsa (IPO, na sigla anglo-saxónica), em Julho de 2011. O Bankia, nesta altura, era liderado por Rodrigo Rato, ex-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e antigo ministro da Economia do Governo de José Maria Aznar. Segundo o Banco de Espanha, a adminitração liderada por Rato terá inflacionado em 545 milhões de euros os recursos próprios do banco. Um ano mais tarde, terá ocultado prejuízos superiores a dois mil milhões de euros, adianta o "El Mundo".

A administração actual, liderada por José Ignacio Goirigolzarri, também está envolvida no processo. O Banco de Espanha alega que a actual gestão terá "escondido" perdas adicionais superiores a mil milhões de euros, por não ter classificado como duvidosos ou de difícil cobrança créditos e operações de alto risco na área do imobiliário.

A Deloitte, entidade responsável pela auditoria às contas do Bankia, também é implicada no processo. "Neste contexto, tendo em conta o não cumprimento das contas, os auditores deveriam ter detectado todos os erros", refere o relatório apresentado pelo Banco de Espanha, citado pelo El País.

O Governo espanhol assumiu o controlo do Bankia, um dos maiores bancos do país, em Maio de 2012. A instituição foi alvo de um resgate avaliado em 41 mil milhões de euros, um dos maiores de sempre na Zona Euro.

Este documento está a ser mal recebido na bolsa espanhola. Os títulos do Bankia cedem 5,78% para 1,336 euros no principal índice de Espanha, IBEX-35.