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Londres procura autorização da ONU para intervenção militar na Síria

O Reino Unido vai tentar junto das Nações Unidas a autorização para intervir na Síria, através da apresentação de uma resolução que condena o uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al-Assad, no passado dia 21 de Agosto. François Hollande convocou para esta tarde uma reunião do Conselho de Defesa francês.

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David Cameron, primeiro-ministro britânico, confirmou esta quarta-feira, através do Twitter, que o Reino Unido vai apresentar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, que “autorize as medidas necessárias para proteger os civis”.

 

"Sempre dissemos que queremos que o Conselho de Segurança da ONU esteja à altura das suas responsabilidades. Hoje, temos a oportunidade para o fazer”, afirmou David Cameron através da rede social.

 

Esta resolução vai colocar frente-a-frente, esta quarta-feira, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança na ONU, onde se incluem o Reino Unidos, os Estados Unidos, a França, a China e a Rússia, perspectivando-se que estes últimos dois, aliados do regime sírio, vetem a medida.

 

Downing Street avança que Cameron e Obama ainda não chegaram a acordo sobre a forma como irá decorrer a intervenção na Síria, mas tudo indica que ela irá ter lugar, ainda esta semana, mesmo sem o aval das Nações Unida.

 

A operação militar dependerá, somente, da garantia de que o ataque de quarta-feira continha gases tóxicos. Obama definiu, desde cedo, que a utilização deste tipo de armamento seria a “linha vermelha” que a Administração americana não poderia aceitar.

 

A revista americana “Foreign Policy” refere, numa notícia publicada na terça-feira à noite, que os serviços de inteligência americanos interceptaram, segundo um elemento dos serviços de informação americanos, uma conversa telefónica entre um oficial do Ministério da Defesa sírio e um líder da unidade de armamento químico síria. Durante esta conversa, o oficial do Ministério terá exigido respostas sobre um ataque, com recurso a armas químicas, que matou mais de 1.300 pessoas.

 

O conteúdo desta chamada telefónica não esclarece quem terá sido o responsável final pela decisão. Poderá ter sido um oficial a ultrapassar as suas próprias competências ou, por outro lado, pode ter sido uma ordem proveniente da mais elevada hierarquia do executivo de Assad. O oficial dos serviços secretos americanos sublinha que “não é claro sobre quem recai a responsabilidade”.

 

O “Washington Post” noticiava, também na terça-feira à noite, que a Administração americana planeia apresentar provas “irrefutáveis”, talvez já amanhã, da responsabilidade do regime de Assad no bombardeamento com “rockets” munidos de gás tóxico. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse esta terça-feira que o trabalho dos inspectores das Nações Unidas é “redundante”, porque “já está claro que foram utilizadas armas químicas em larga escala”.

 

Ainda na sexta-feira passada, Israel garantia que a utilização de munição química, pelo regime de Assad, tem sido prática reiterada desde o início do conflito, há mais de dois anos.

 

A resposta do Governo sírio não se fez esperar, desta feita pela voz do seu vice ministro dos Negócios Estrangeiros, Faisal Maqdad, que acusa França e Inglaterra de terem “ajudado os terroristas” a utilizar armas químicas perto de Damasco. Maqdad avisa que serão estes mesmos terroristas que irão usar este tipo de armamento em ataques contra a Europa. 

 

(Notícia actualizada às 16h40 com mais informações)

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