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Trump ameaça paralisar o governo se Congresso não libertar dinheiro para a construção do muro
O presidente dos EUA ameaçou deixar o governo quase paralisado se tiver de pressionar o Congresso a libertar financiamento para a construção do muro na fronteira com o México. Sobre a Coreia do Norte, Trump diz que Kim Jong Un está a começar a respeitar a América.
"De uma maneira ou de outra, vamos ter aquele muro". A frase é de Donald Trump e é um reflexo da visão do presidente norte-americano em relação à construção do muro, muito prometida na campanha para as presidenciais do ano passado, na fronteira dos Estados Unidos com o México.
Perante centenas de apoiantes em Phoenix (EUA), Trump apontou baterias ao Congresso e ameaçou que pode levar a que o governo fique praticamente paralisado se tiver que pressionar o Congresso a libertar financiamento para a construção do muro, de acordo com a Bloomberg.
O presidente dos Estados Unidos pediu 1,6 mil milhões de dólares para dar início à construção da barreira na fronteira. Mas este pedido surge numa altura em que o Congresso está sob pressão para aprovar alguma lei para a despesa que permita que o governo continue a funcionar com normalidade após 30 de Setembro, segundo a mesma fonte. Mas nem mesmo o partido de Trump – o Partido Republicano – está muito inclinado a lutar pelo financiamento para o muro, algo que pode custar milhares de milhões de dólares.
Este financiamento iria pesar no défice norte-americano, numa altura em que os republicanos estão a tentar encontrar formas de compensar cortes nos impostos, acrescenta a Bloomberg.
Aos democratas que são contra a construção de um muro, Trump apelidou-os de "obstrucionistas" e salientou que é tempo de os EUA reprimirem a imigração ilegal.
Fim do NAFTA?
O presidente dos Estados Unidos admitiu ontem a possibilidade de terminar com o NAFTA - Acordo de Comércio Livre da América do Norte – que envolve o México e o Canadá. A observação surge depois de a primeira ronda de negociações entre as partes, que decorreram no domingo, para renovar este tratado, criado em 1994, ter terminado sem colmatar as diferenças entre os três países.
"Pessoalmente, não acredito que possamos ter um acordo. Acho que provavelmente vamos acabar por terminar com o NAFTA, a determinada altura", disse Donald Trump, em Phoenix, citado pela Reuters.
Apesar desta posição de Trump, as negociações ainda não terminaram. A próxima ronda vai decorrer no México, de 1 a 5 de Setembro. O Canadá vai ser o anfitrião, no final do próximo mês, de uma nova ronda de conversações. E as negociações voltam a decorrer nos Estados Unidos em Outubro, de acordo com a mesma fonte.
Coreia do Norte "começa a respeitar" EUA
Durante a intervenção que fez em Phoenix, o presidente dos Estados Unidos falou ainda sobre a Coreia do Norte. Trump defendeu que o líder do regime norte-coreano começa a respeitar os Estados Unidos da América. "Respeito o facto que acredito que ele [Kim Jong Un] está a começar a respeitar-nos", disse, citado pela Bloomberg.
As declarações do líder norte-americano tiveram lugar depois de o Secretário de Estado Rex Tillerson ter adiantado, também nesta terça-feira, que Pyongyang não realizou nenhum "acto provocador" desde que o Conselho de Segurança das Nações Unidos impôs novas sanções.
"Estou satisfeito por ver que o regime em Pyongyang mostrou algum nível de contenção, [algo] que não vimos no passado", sustentou, citado pela agência de informação. Tillerson acrescentou que, perante isto, podem estar a ser dados passos para que, num futuro próximo, possa haver algum diálogo.
No passado dia 10, a Coreia do Norte afirmou que precisava de alguns dias para estar pronta para disparar quatro mísseis em direcção à ilha de Guam, no Pacífico.
No dia seguinte, Donald Trump deixou um apelo directo ao líder norte-coreano para que "siga outro caminho" que não conduza ao confronto. "As soluções militares estão agora totalmente instaladas, carregadas e preparadas, caso a Coreia do Norte aja de forma imprudente. Esperemos que Kim Jong-un escolha outro caminho".
(Notícia actualizada às 09:41 com a questão do NAFTA)