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Trump garante que solução militar para a Coreia do Norte está pronta a disparar

O presidente norte-americano acrescentou mais uma ameaça a Pyongyang: no Twitter, Trump diz que os EUA têm a resposta militar pronta a agir caso o regime norte-coreano ouse atacar. "Esperemos que Kim Jong-un escolha outro caminho," avisa.

Reuters
11 de Agosto de 2017 às 13:07
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A retórica de confronto continua a crescer em torno da tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, com o presidente norte-americano a garantir que o país está em prontidão para o caso de Pyongyang agir de forma "imprudente".

Numa mensagem publicada no Twitter esta sexta-feira, 11 de Agosto, e depois de dias de escalada de palavras, Donald Trump deixa um apelo directo ao líder norte-coreano para que "siga outro caminho" que não conduza ao confronto.

"As soluções militares estão agora totalmente instaladas, carregadas e preparadas, caso a Coreia do Norte aja de forma imprudente. Esperemos que Kim Jong-un escolha outro caminho," lê-se na publicação colocada cerca das 12:30, hora em Portugal Continental.

Pouco depois, o presidente voltou a recorrer ao Twitter para republicar um tweet do comando militar norte-americano para a região do Pacífico, em que é sinalizada a prontidão dos bombardeiros B1-B, estacionados na ilha americana de Guam (situada no Pacífico), do subcomando norte-americano para a Coreia (USFK) para cumprir a missão designada de "Fight Tonight". Ou seja, em caso de iminência de ataque norte-coreano àquela ilha, os bombardeiros americanos estão preparados para agir. 


Numa sucessão célere de eventos, o Pentágono norte-americano confirmou que a força militar conjunta dos Estados Unidos e da Coreia do Sul irá mesmo iniciar, como previsto, os testes militares conjuntos agendados para o próximo dia 21 de Agosto, exercícios que durarão cerca de uma semana e meia. 

O aviso de Donald Trump - feito a partir do seu resort em Bedminster, New Jersey, onde está de férias - é produzido horas depois de Pyongyang ter dito estar a preparar planos para um ataque com quatro mísseis de médio alcance, que sobrevoariam o Japão e teriam como alvo as águas em torno da ilha de Guam, no Pacífico, sob administração norte-americana. 

"Trump está a conduzir a situação na Península da Coreia para a iminência de uma guerra nuclear, com reacções como "os Estados Unidos não afastam uma guerra contra a Coreia do Norte," escreveu poucas horas antes a agência noticiosa norte-coreana KCNA.

Trump já tinha prometido responder com "fúria e fogo nunca vistos" em caso de tentativa de agressão e, depois de conhecida a ameaça a Guam, veio esta quinta-feira afirmar que as palavras que usou na altura contra Pyongyang "talvez não tenham sido suficientemente fortes".

China pede prudência, Rússia não aceita uma Coreia com armas nucleares

Esta sexta-feira, a China voltou a pedir moderação aos dois lados: "Apelamos a todas as partes para mostrarem prudência nas suas palavras e ações e a fazerem mais para atenuar as tensões", declarou Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado citado pela Lusa.

O principal aliado de Pyongyang foi, aliás, um dos países que no sábado passado aprovou mais uma ronda - a sétima - de sanções contra a Coreia do Norte, um dos episódios que levou o regime liderado por Kim Jong-un a reforçar a retórica bélica contra os EUA. 

Já a chanceler Angela Merkel afirmou que não é agravando a retórica de conflito que se vai resolver a situação com a Coreia do Norte mas que também não credita numa via militar. 

Do lado da Rússia, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sergey Lavrov reiterou que o país não aceitará uma Coreia do Norte com armamento nuclear e disse, citado pela Russia Today, esperar que o "bom senso" prevaleça nas relações EUA-Coreia, embora tenha reconhecido que os riscos de um conflito são muito elevados.

Mercados perderam mais de um bilião

A garantia de prontidão militar dos dois lados está a ter impacto nos mercados financeiros internacionais. De acordo com a Reuters, esta sexta-feira as perdas nos mercados accionistas já superaram um bilião de dólares (850 mil milhões de euros à cotação actual), levando os investidores a refugiar-se em activos como o ouro ou o franco suíço, tidos como de rectaguarda.

"Não sabemos o que vai acontecer a seguir com a situação na Coreia do Norte. Durante bastante tempo o mercado não reagiu a acontecimentos na Península da Coreia porque sabemos por experiência do passado que são sobretudo para mostrar poder, e pode continuar a ser o caso. Mas os mercados não querem assumir esse risco, com a retórica a progredir para um nível diferente," disse à Reuters o analista Neil Mellor, do BNY Mellon.

(Notícia actualizada às 14:02 e novamente às 15:00 com mais informações)
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