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Quem é Steve Bannon, o estratega de Trump que montou o veto aos imigrantes?

Foi um dos primeiros nomes confirmados na Casa Branca e, diz-se, é um dos mais influentes junto do novo presidente. Associado à "direita alternativa" racista e anti-semita, apoiado pelo KKK, foi agora também chamado pelo presidente para o Conselho de Segurança Nacional.

Reuters
31 de Janeiro de 2017 às 13:36
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Um dia depois de assinar a polémica ordem executiva que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de um conjunto de sete países do Médio Oriente, Donald Trump decidiu também reorganizar o Conselho de Segurança Nacional - órgão consultivo do presidente sobre política externa -  e dar um lugar a Steve Bannon, o seu conselheiro e estratega e um dos seus braços-direitos.

"Uma das pessoas mais poderosas do mundo", com escreve o site Vox, foi ele que esteve por detrás da decisão do presidente em matéria de imigração. E, segundo a CNN, terá ignorado olimpicamente  as recomendações do Departamento de Segurança Interna para excluir desde o princípio, nessa ordem, os residentes legais nascidos nos países vetados.

 

A ascensão de Bannon tem sido cada vez maior e, na verdade, não surpreende, até porque o seu nome foi um dos primeiros dados como certos para a administração Trump como chefe de estratégia e conselheiro sénior. É uma espécie de número dois da Casa Branca e responde directamente ao presidente. Apesar de não ser habitual operacionais políticos terem assento no Conselho de Segurança Nacional, Bannon foi a excepção.

 

No processo do veto dos imigrantes, terá sido ele a decidir, à revelia dos responsáveis nacionais pela Segurança, a quem competiria decidir nestas matérias. Segundo conta o Vox, depois de emitida a ordem executiva com restrições à entrada de pessoas de sete países – Irão, Iraque, Líbia, Síria, Somália, sudão e Iémen – o Departamento de Segurança Interna fez uma interpretação legal segundo a qual as novas regras não se aplicariam a quem já tivesse visto de residência no país, os chamados "green cards".

 

Pouco depois, a Casa Branca tratou de anular essa orientação, diz o Vox, que cita funcionários próximos do "staff" presidencial. Tal ordem terá vindo do círculo interno do presidente, o mesmo onde se encontra precisamente Bannon. Decidiu-se então que, caso a caso, o Departamento de Segurança Interna poderia permitir que os detentores de cartões verdes entrassem nos Estados Unidos, mas apenas isso.

Bannon, de 63 anos, passou pela Universidade de Georgetown e por Harvard, trabalhou em fusões e aquisições no Goldman Sachs e em 2012 começou a liderar o site Breitbart, que acabaria por conduzir para a direita radical.

É considerado uma das faces do "alt-right", um movimento com influências racistas, de supremacia branca, anti-semitismo, anti-feminismo e populismo. O Breitbart é, aliás, considerada a plataforma pública desse mesmo movimento.

No ano passado, o líder do Ku Klux Klan, David Duke, considerou "excelente" a escolha de Bannon para a equipa Trump, coordenando a campanha na recta final. Já a comentadora Ana Navarro, republicana e opositora de Trump, diz de Bannon que é "anti-gay, anti-semita, vingativo, assustador."

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