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Veto de Trump a imigrantes provoca coro de críticas

Do mundo empresarial às instituições internacionais, como a ONU ou a Amnistia Internacional, o dia de ontem ficou marcado pelas críticas e preocupações face à decisão de Trump. Este, no entanto, insiste em que tudo corre bem.

Reuters
Negócios 30 de Janeiro de 2017 às 21:53
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Goldman Sachs, Starbucks, Airbnb, Viber. E também a Aministia Internacional, a Organização da Cooperação Islâmica, a Associação Europeia de Universidades e o próprio secretário-geral da ONU. Ao longo desta segunda-feira, 30 de Janeiro, as críticas e apelos multiplicaram-se um pouco por todo o lado, tal como as petições dirigidas ao presidente norte-americano.

No centro da polémica, a decisão anunciada por Donald Trump na passada sexta-feira de suspender a entrada nos Estados Unidos de refugiados e cidadãos de sete países (Irão, Iraque, Síria, Somália, Sudão, Líbia e Iémen) por um período transitório de 120 ou 90 dias. Trump, porém, insiste em que tudo está bem.

Numa nota interna citada pela AFP, o presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, criticou o decreto presidencial de Donald Trump, afirmando que não apoia a sua política e admitindo que "se o decreto for aplicado, há um risco potencial para a empresa e em particular para alguns dos funcionários e familiares". Depois foi a multinacional Starbucks a anunciar empregos para 10.000 refugiados e seguiu-se-lhe a Airbnb a oferecer alojamento gratuito aos que ficarem bloqueados nos aeroportos. Já a japonesa Viber anunciou que oferecerá chamadas gratuitas a partir dos EUA para os sete países afectados pelo veto. O director geral da Viber lamentou mesmo, através do Twitter, a "discriminação de seres humanos com base na religião ou nacionalidade".

Aos exemplos vindos do mundo empresarial juntaram-se outras vozes, como a de António Guterres, secretário-geral das nações Unidas, que veio lembrar que "os Estados Unidos têm uma grande tradição na protecção de refugiados"  e que espera "que esta medida seja apenas temporária". 

"Está tudo a correr bem", diz Trump

Mais directa, a Organização da Cooperação Islâmica (OCI), que reúne 57 Estados-membros, afirmou que a decisão reforça "o extremismo" e "o terrorismo" e exprimiu a sua "profunda inquietação".  Na Europa, a Associação Europeia de Universidades apelou para uma revisão imediata da ordem executiva do Presidente norte-americano e a Aministia Internacional convocou manifestações em várias cidades britânicas. Também no Reino Unido, um grupo de deputados britânicos pede que Trump não discurse no parlamento britânico durante a prevista visita ao Reino Unido e uma petição com mais de um milhão de assinaturas visa mesmo impedir a visita.

Reacções que não parecem abalar Donald Trump. As embaixadas americanas na Europa, como as de Londres e Berlim, estão a aconselhar cidadãos oriundos dos sete países muçulmanos abrangidos a não pedirem vistos ou agendarem a entrevista consular necessária, mesmo que tenham dupla nacionalidade, noticiou a Associated Press.

Trump, por seu turno, insiste em que a indicação que tem é que "está tudo a correr bem" e que, se houve problemas nos aeroportos, foi devido às manifestações e porque a Delta Airlines sofreu uma avaria informática que provocou atrasos em mais de centena e meia de voos. "Tentar encontrar terroristas antes de eles entrarem no nosso país não é agradável. Mas vejam o que se passa no mundo!", escreveu no Twitter.

Portugal "muito preocupado"

O Governo disse esta segunda-feira ver "com muita preocupação" a proibição de entrada nos EUA de nacionais de sete países, afirmando que as medidas são ilegais à luz da lei portuguesa e europeia. Em declarações à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, sublinhou que "é inconcebível que se negue o direito de entrada a pessoas que têm autorização de residência no país". Sobre relatos de imigrantes a residir nos EUA que não conseguiram regressar foi cauteloso: "Há neste momento uma incerteza nos EUA porque a administração norte-americana diz que não tomou essa medida. Não posso pronunciar-me."

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