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Trump e Brexit mudam planos das empresas portuguesas

Os investimentos e as contratações são as primeiras "vítimas" da instabilidade a nível internacional. Estudo da Sage mostra que mais de metade das PME nacionais não se sente representada nas decisões políticas.

Reuters
30 de Janeiro de 2017 às 14:04
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Os recentes eventos políticos a nível global, como o referendo para a saída do Reino Unido da União Europeia e a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, já levaram 30% das empresas portuguesas a mudar o seu plano de negócios, enquanto 31% confirmam que estão a equacionar fazê-lo.

 

De acordo com o estudo da Sage em que participaram 5.500 empresários em 20 países de todo o mundo, 24% dos empresários portugueses reconhecem ter alterado a forma como são feitos os investimentos, 23% optaram por uma redução dos gastos em inovação e 21% congelaram as contratações.

 

Apenas um em cada três admite que ainda nada fez para salvaguardar o seu negócio dos impactos destas alterações globais e políticas. As empresas que confirmam que já realizaram várias alterações nos seus planos de negócio são maioritariamente de média e grande dimensão: 40% têm entre 50 e 99 trabalhadores e 57% empregam entre 100 e 250 pessoas.

 

No curto prazo, as eleições americanas (24%) e o Brexit (14%) são os eventos políticos que podem ter maior impacto negativo no negócio das empresas inquiridas por esta consultora especializada nas áreas de gestão, contabilidade, salários e pagamentos. Curiosamente, o receio dos resultados que podem sair das eleições nos países europeus – a França e a Alemanha vão a votos em 2017 – é menor do que o que têm das eleições em Portugal, apesar de estar apenas prevista a realização das autárquicas.

 

Sobre quais os factores económicos que vão ter um impacto mais negativo no seu negócio, quase metade (49%) aponta as mudanças fiscais no mercado português. Seguem-se as taxas de juro (37%), as alterações cambiais (22%) e a inflação (20%). Se a mexida nos impostos é o maior risco, essa é também apontada como a poderá ter um impacto mais positivo (39%) no negócio, à frente das alterações fiscais nos países para onde exportam ou estão presentes (22%).

 

Num inquérito em que mais de metade (54%) dos inquiridos lamenta que as PME não estejam representadas de forma correcta no processo de decisão política em Portugal (e outros 18% não sabem responder à questão), os empresários consideram que a melhor forma dos governos apoiarem os pequenos negócios é através da melhoria do ambiente fiscal (57%), com apoios directos (como prestação de garantias e na criação de oportunidades na exportação) e com ajuda no financiamento e investigação da inovação.

 

Confiança na subida das vendas

 

Apesar dos receios evidenciados no plano internacional, as empresas portuguesas mantêm o optimismo quanto à evolução das vendas: 82% acredita que o volume de negócios vai manter-se ou crescer em 2017, comparando positivamente com a percentagem de 76% registada nos outros 19 países auscultados.

 

"Esta confiança justifica-se com as apostas para [este] ano, com 43% dos inquiridos a confirmar que o principal plano é abrir uma delegação em novos mercados (23% a nível global). A nível global, a prioridade altera-se: 35% confirma que pretende lançar um novo produto ou serviço, opção que aparece em segundo lugar para os empresários portugueses, recolhendo 35% das respostas", salienta a consultora na leitura feita aos resultados.

 

Questionados sobre como se irão comportar as vendas ao exterior, 31% não estimam qualquer alteração, 30% prevêem aumentar as exportações, enquanto 10% estimam reduzir o valor exportado. Sobra ainda uma nota de destaque para o facto de quase um terço dos inquiridos pela Sage não vender neste momento qualquer produto ou serviço fora de Portugal.

 

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