Notícia
Fernando Cunha Guedes: “Preocupação” com Brexit “é forte”
O presidente executivo da Sogrape comentou, em entrevista ao Público, que o processo do convite para a administração da CGD, na era de António Domingues, “foi mal gerido”.
O líder da Sogrape, maior empresa de vinhos portuguesa, revelou em entrevista ao Público que a incerteza gerada com a eleição de Trump e com o Brexit é uma preocupação diária dentro da empresa.
"A preocupação é forte, diariamente falamos nisso", comentou Fernando Cunha Guedes. "Nós reforçámos os investimentos na Inglaterra já depois do Brexit. Muita coisa pode acontecer, ninguém sabe que tipo de acordo o Reino Unido vai celebrar com os outros países da Europa. Mas se vamos ficar à espera, vamos perder oportunidades", apontou.
Porém, sublinhou que "passe-se o que se passar, o Reino Unido vai continuar a ser um mercado extremamente importante, como sempre foi. Vão continuar a beber vinho. O que vai mudar? Não sabemos. Na altura teremos de ter flexibilidade suficiente para nos ajustarmos aos novos cenários. Quando se pensa muito a longo prazo, tudo se torna mais fácil", referiu.
Questionado sobre se o ‘chumbo’ pelo BCE do seu nome para integrar a administração da CGD o tinha incomodado, o gestor começou por explicar que ficou surpreendido com o convite, mas considera que todo o processo que se seguiu "foi mal gerido".
Primeiro, senti-me francamente honrado por ter sido convidado. Não estava nada à espera. Aliás, não conhecia o António Domingues. Trabalhei há 20 anos no BPI e nessa altura ele era director financeiro. Devemo-nos ter cruzado duas ou três vezes. Não o conhecia", contou Fernando Cunha Guedes.
"Depois", continuou," todo o processo, daí para a frente é uma novela sobre a qual não gostaria de me pronunciar muito. Foi um processo todo ele mal gerido. Mas nem o meu nome nem nenhum outro chegaram a ser chumbados; penso que, pura e simplesmente, não chegaram a ser apresentados", acrescentou, referindo-se ao BCE.