Notícia
Goldman Sachs dispara e critica veto de Trump aos imigrantes
O banco norte-americano, que viu alguns dos seus ex-dirigentes nomeados para a nova administração Trump, teceu críticas à decisão do presidente com a qual diz estar em desacordo. Em Wall Street foram várias as empresas que se manifestaram contra e manifestaram preocupação.
A ordem executiva de Donald Trump que visa impedir a entrada de cidadão oriundos de sete países do Médio Oriente, incluindo refugiados, não só "está em desacordo com as políticas de longo prazo da empresa relativamente à diversidade dos seus recursos humanos", como poderá "prejudicar os negócios" da Goldman Sachs. Não é, em suma, "uma política que apoiamos". Numa mensagem citada pela Bloomberg e que enviou aos seus 34.400 funcionários, Lloyd Blankfein, presidente executivo do grupo financeiro norte-americano, foi duro nas críticas e fez questão de salientar as decisões judiciais entretanto já emitidas pelos tribunais contra a decisão de Trump.
Recorde-se que foi da Goldman Sachs que saíram alguns influentes membros da administração do novo presidente americano, incluindo Gary Cohn, ex-número dois de Blankfein, e o estratego e conselheiro de Trump, Steven Bannon.
A Goldman Sachs, uma das mais influentes de Wall Street, coloca-se, assim, numa rara posição de aberta oposição à presidência norte-americana, salienta a Bloomberg. A empresa tem tido sempre ligações à Casa Branca desde que o seu ex-presidente Sidney Weinberg serviu em Washington durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coreia. Posições ostensivamente contra os sucessivos presidentes têm sido raras.
Blankfein juntou-se, assim, a um crescente coro de executivos, de grandes empresas multinacionais, nomeadamente da área da tecnologia, que vieram manifestar o seu desagrado face ao impedimento à imigração para os Estados Unidos. Também o CEO da Google, Sundar Pichai, criticou a opção de Trump, numa nota igualmente dirigida aos funcionários. E o mesmo fizera já a Microsoft, que descrevera a ordem executiva como "um erro e um grande passo atrás".
Com posições mais suaves, mas igualmente críticas, esteve também a JPMorgan que, num memorando aos funcionários assinado pelo CEO Jamie Dimon afirmou que são importantes os sacrifícios para manter o país seguro, mas que o mesmo país fica mais seguro "com a riqueza e diversidade do mundo que o rodeia".
A Wells Fargo, a Morgan Stanley e o Bank of America afirmaram, por seu turno, estar a monitorizar o impacto da proibição sobre os funcionários. Já o Citigroup admitiu "preocupações" sobre a mensagem implícita na decisão do presidente e Ajay Banga, CEO da Mastercard, decidiu citar o seu próprio exemplo pessoal para dizer aos funcionários, numa mensagem interna, que está "profundamente preocupado" com um caminho que, considera, provocou uma "fractura na sociedade" norte-americana.