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Tecnológicas abrem guerra a decreto de Trump

Várias tecnológicas estão contra a decisão de Trump de impedir a entrada nos EUA de cidadãos de sete países. O Procurador-Geral do Estado de Washington já anunciou a abertura de um processo e várias empresas apoiam-no.

01 de Fevereiro de 2017 às 12:57
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A oposição ao decreto assinado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que proíbe a entrada de refugiados e outros viajantes oriundos de sete países muçulmanos, tem vindo a ser manifestada a partir de vários quadrantes sociais, dentro e fora dos Estados Unidos. As empresas tecnológicas cedo se juntaram ao coro de críticas. E vão passar das palavras aos actos.

A Amazon liderada por Jeff Bezos decidiu colocar a sua equipa jurídica a trabalhar no sentido de travar este decreto. Um dos principais caminhos que a Amazon deve seguir é apoiar o Procurador-Geral para o Estado de Washington (onde a empresa tem a sua sede) no processo que lançou contra Trump, escreve o The Guardian.

A publicação Recode, como nota o jornal inglês, teve acesso a um excerto ao email de Bezos aos seus funcionários. Nessa missiva o líder da Amazon adiantava que a companhia tinha já contactado "os líderes do congresso de ambos os lados para explorar opções legislativas". "A nossa equipa jurídica preparou uma declaração de apoio ao Procurador-Geral do Estado de Washington, que vai abrir um processo contra o decreto. Estamos também a trabalhar em outras opções legais".

Mas este não é caso único. A Expedia, uma plataforma de viagens, também apoia as acções que estão em curso. Dara Khosrowshahi, presidente da empresa, nasceu no Irão e fugiu deste país com os pais em 1978, conta o The New York Times. A empresa considera que este decreto, assinado por Trump na última sexta-feira, prejudica a capacidade da empresa em recrutar funcionários estrangeiros, além de que é nefasta para as principais operações da firma.

"A Expedia acredita que essa ordem executiva compromete a sua missão empresarial e pode ter um impacto nocivo no seu negócio e nos seus funcionários, bem como, e de forma mais ampla nas viagens e no turismo mundial e dos Estados Unidos", assumiu o conselheiro geral, Robert Dzielak, citado pelo jornal norte-americano.

O presidente da empresa assumiu mesmo que "a ordem do presidente representa o pior da inclinação [entre] uma medida tomada apressadamente versus ponderação". "A nossa nação é de imigrantes. Estas são as nossas raízes, esta é a nossa alma. Tudo apagado com o golpe de uma caneta", acrescentou Dara Khosrowshahi.

Na última segunda-feira, a Reuters avançava também que a Microsoft estava a cooperar com o Procurador-Geral de Washington. O porta-voz, Pete Wootton, em comunicado assinalou que a empresa está a fornecer informação sobre o impacto da proibição "de forma a ser solidária". E que está disponível para "testemunhar se for necessário".

Em entrevista ao Wall Street Journal esta terça-feira à noite, Tim Cook, CEO da Apple, admitiu a possibilidade de também apoiar a acção judicial contra a nova administração norte-americana. O líder da empresa da maçã confirma que centenas de funcionários da empresa são afectados pela medida e, nesse sentido, a Apple está em contacto com "elementos seniores na Casa Branca".

"Mais do que qualquer outro país, este país é forte por causa da nossa história de imigrantes e pela nossa capacidade e aptidão como pessoas em receber bem pessoas de todos os quadrantes. É isso que nos torna especiais".

Apesar de não elaborar sobre o que a Apple vai fazer, Tim Cook disse ainda que a empresa quer ser "construtiva e produtiva" e que tem recebido imenso emails de funcionários com "histórias de partir o coração" em que mostram como o decreto vai afectar as suas vidas.


Start-ups rumam ao norte


Além do decreto que trava a entrada em território norte-americano de cidadãos de sete países muçulmanos, o secretário para a imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, confirmou esta terça-feira que está em cima da mesa uma nova ordem executiva que revê nomeadamente o programa de vistos de trabalho H-1B. Este é o documento a que muitas empresas norte-americanas recorrem para contratar talento estrangeiro.

Ainda não é publico se e quando essa alteração vai ser implementada. Mas, a TechCrunch escreve que um pequeno grupo de empreendedores uniu-se para fazer com que seja mais fácil para empresas norte-americanas criarem subsidiárias no Canadá e levar os seus empregados, que estão nos EUA, para o escritório de Vancouver.

A empresa que formaram chama-se True North. A publicação acrescenta que a ideia é que os funcionários possam manter os seus empregos, com os mesmos empregadores, mas tendo a opção de trabalhar através de uma subsidiária canadiana, o que lhes dá protecção no caso dos Estados Unidos mudarem a regulação no âmbito do emprego.

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