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CEO da Uber abandona grupo de conselheiros com receio de associação a Trump

Travis Kalanick decidiu sair do grupo de conselheiros de Trump por considerar que o público está a encarar a sua presença como um apoio ao presidente. Elon Musk, que integra este grupo, já veio a público explicar a sua presença.

Reuters
03 de Fevereiro de 2017 às 13:15
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Cerca de um mês depois das eleições presidenciais, Donald Trump, na altura presidente eleito dos EUA, decidiu criar um conselho consultivo, composto por vários líderes de grandes empresas norte-americanas. Elon Musk e Travis Kalanick, CEO da Tesla e da Uber, respectivamente, eram dois dos nomes que integravam este grupo.

Nas últimas horas, Travis Kalanick (na foto) enviou uma memorando aos funcionários da Uber onde aponta estar de saída deste grupo de aconselhamento económico. O líder da plataforma de serviço de transporte alega que a sua participação neste grupo foi mal interpretada. Kalanick considera que a sua participação estava a ser vista como um apoio ao actual presidente, cujas políticas têm estado envoltas em polémica, escreve o Wall Street Journal.

Nos últimos dias, que têm sido marcados pelas fortes críticas de várias empresas e personalidades à decisão de Trump proibir a entrada de cidadãos de sete países maioritariamente muçulmanos nos EUA, várias celebridades têm apelado a que as pessoas deixem de usar a Uber. Foi mesmo criado mesmo um hashtag a rede social Twitter, o #DeleteUber. 

O The New York Times explica que no sábado, cerca de 24 horas depois de Trump assinar o decreto, o sindicato dos taxistas de Nova Iorque deixaram temporariamente de recolher passageiros no aeroporto JFK, um dos pontos do protesto contra a medida do presidente, entre as 18:00 e 19:00 horas desse dia.

Às 19:30, no Twitter, a Uber anunciou que tinha desligado a função que aumenta o preço em alturas de elevada procura. Apesar de a mensagem ter surgido após o período da suspensão da actividade dos taxistas no aeroporto, várias pessoas consideraram que a posição da Uber reflectia uma tentativa de atrair mais oportunidades de negócio. 

A Uber respondeu dizendo que a sua mensagem não era uma tentativa de capitalizar a oportunidade mas uma informação aos seus utilizadores que a empresa não ia aumentar os preços numa altura de elevada procura, de acordo com a mesma fonte.

Trump vai hoje encontrar-se com vários líderes de empresas. E Kalanick já não deverá marcar presença.

Musk é outros dos elementos que integra o grupo de conselheiros do presidente. A saída do líder da Uber motivou um esclarecimento do líder da Tesla.

"Em Dezembro, concordei em juntar-me o Fórum Consultivo presidencial para dar a minha opinião sobre questões que acho serem importantes para o nosso país e mundo. No encontro de amanhã [hoje], eu e outros vamos expressar as nossas objecções ao recente decreto sobre a imigração e fornecer sugestões sobre como mudar a política", disse Musk numa mensagem em que é possível ler no Twitter.

"Os Fóruns Consultivos simplesmente dão conselhos e participar nestes espaços não significa que eu concorde com as acções da administração", sustentou.


Tecnológicas contra política anti-imigração


A decisão, assinada na última sexta-feira, que proíbe a entrada de cidadãos de sete países maioritariamente muçulmanos nos EUA provocou um coro de críticas. Várias empresas tecnológicas já se mostraram contra este decreto e ponderam mesmo tomar acções.

Várias empresas podem enviar uma carta aberta ao presidente e outras podem mesmo juntar-se ao Procurador-geral do Estado de Washington na acção contra esta medida.


Entretanto, a Microsoft anunciou esta quinta-feira, 2 de Fevereiro, ter pedido à administração norte-americana a criação de um programa que permita aos imigrantes cobertos pela ordem executiva de Donald Trump a entrada e saída dos EUA sob determinadas condições.

 

Sob a proposta da tecnológica, os imigrantes oriundos dos sete países de maioria muçulmana abrangidos pelo impedimento de entrada poderiam entrar e sair do país em deslocações de negócios ou relacionadas com emergências familiares desde que detenham um visto válido para trabalhar ou estudar no país e não tenham cometido crimes.

 

O presidente da empresa, Brad Smith, fez a proposta - a que chamou "Viajantes Confiáveis e Conhecidos com Necessidades Urgentes" - em carta enviada aos secretários da Segurança Interna e de Estado, que diz terem autoridade para conceder excepções às limitações de viagem no âmbito da decisão de Trump. A empresa acrescentou que 76 dos seus empregados e 41 dependentes estão abrangidos pela proibição decretada.

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