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Uber despede 20 funcionários para estancar polémica cultura empresarial

Assédio, discriminação e comportamento inapropriado são as acusações que terão levado à saída de 20 trabalhadores, alguns deles altos quadros. Os problemas de cultura empresarial são, contudo, mais vastos.

Reuters
07 de Junho de 2017 às 10:56
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A Uber avançou para o despedimento de 20 funcionários, alguns deles executivos de topo, acusando-os de assédio, discriminação e comportamento inapropriado. A decisão, comunicada esta terça-feira numa reunião em São Francisco, Estados Unidos, surge numa altura em que correm dois inquéritos internos, um sobre a cultura empresarial agressiva imposta pela administração, e outra sobre casos concretos de denúncia de comportamentos indevidos de trabalhadores.

A notícia é avançada pela Bloomberg, Financial Times e New York Times, a partir de uma fonte anónima que não estava autorizada a divulgar a informação. Segundo os órgãos de comunicação social, este é, para já, o resultado e um inquérito liderado pela firma de advogados Perkins Coie LLP , a partir da análise a 215 denúncias internas de trabalhadores. 47 das queixas diziam respeito a assédio sexual, 54 a várias formas de discriminação e as restantes caem em vários tipos de comportamento profissional inadequado, como retaliação, "bullying" e outras formas de assédio.

Paralelamente, correu uma análise interna encomendada pela Uber a um antigo procurador-geral, Eric Holder onde, mais do que queixas específicas, está em causa aferir os problemas da cultura empresarial da Uber que, segundo revelada o New York Times em Fevereiro, cultiva a competição feroz entre empregados, e obriga os trabalhadores a subscrever uma carta de princípios onde consta o compromisso de estarem "obcecados" com o trabalho e centrados na "meritocracia".

 

Os problemas da Uber, que emprega cerca de 12.000 pessoas a tempo inteiro, vieram ao de cima em Fevereiro quando uma antiga engenheira da empresa, Susan Fowler, denunciou publicamente o facto de ter sido assediada sexualmente pelo seu superior hierárquico, de ter denunciado o caso aos recursos humanos e de a sua queixa ter sido ignorada.

Segundo o New York Times, outros funcionários vieram a público dar conta de um problema estrutural na companhia, onde os prémios de desempenho são atribuídos aos trabalhadores que apresentam um desempenhos agressivos, independentemente das suas transgressões de comportamento.

O processo é seguido de perto nos Estados Unidos, e, segundo os órgão de comunicação social internacionais, deixa em xeque o presidente executivo da multinacional, Travis Kalanick, e a cultura empresarial das tecnológicas de Sillicon Valley.

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