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Os cinco factores que preocupam o FMI sobre Portugal

O FMI alerta que o crescimento da economia portuguesa está a ser "apenas modesto". Alerta que há riscos de execução no Orçamento do Estado para este ano, mas também está preocupado com as várias reversões.

Miguel Baltazar
01 de Abril de 2016 às 11:33
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Fraco crescimento, mas também riscos na execução do Orçamento do Estado para este ano são duas das principais preocupações do Fundo Monetário Internacional (FMI) com Portugal. Mas há mais. A banca e as reversões também suscitam o alerta do fundo. Conheça os cinco factores destacados pelo FMI.


Crescimento "apenas modesto"

"As baixas taxas de juro, o euro fraco e os baixos preços do petróleo mantiveram-se, permitindo que o crescimento da economia ascendesse a 1,5%", recorda o FMI. No entanto, o fundo alerta que "a recuperação suportada no crescimento do consumo está a perder fôlego numa altura em que a taxa de poupança atinge mínimos históricos, a rápida queda da taxa de desemprego está a chegar ao fim e as melhorias nos indicadores estabiliza". A estimativa do fundo é de que o crescimento da economia seja de 1,4% este ano, moderando para 1,2% a "médio prazo".


Riscos de execução do OE

Para o FMI, o Orçamento do Estado "parece insuficientemente ambicioso para colocar a dívida pública numa trajectória descente firme". E alerta que tem "riscos de execução". Neste sentido, e "na ausência de medidas adicionais", projecta um défice de 2,9% do PIB e um alívio no défice estrutural primário de 0,5%. Assim, "são necessárias medidas de contenção de despesa para conter as pressões sobre os ordenados da função pública e as pensões". O FMI nota que a "recente revisão das taxas irá impedir o rebalanceamento da economia, com o foco a mudar da melhoria da competitividade para um apoio aos sectores não-exportadores".


Bancos precisam de reforçar balanços

O sector financeiro continua a apresentar fragilidades, pelo que o FMI defende a necessidade de a banca reforçar a sua rentabilidade, a qualidade dos activos e de governo das sociedades "para evitar surpresas negativas e proteger os contribuintes". Estes esforços, diz o fundo, "precisam de ser complementados com uma mais ambiciosa abordagem à dívida das empresas". "Uma parte substancial dos activos do sistema continua presa a actividade de baixa produtividade, travando o potencial de crescimento da economia".


Reversões no mercado laboral

O FMI alerta para o facto de estarem a ser revertidas medidas no mercado laboral que foram introduzidas durante o período do programa de assistência. "Um enfraquecimento das reformas que melhoraram a flexibilidade do mercado laboral pode diminuir as perspectivas de médio prazo do crescimento, do emprego e dos rendimentos", nota o fundo.


Mais reversões, menor confiança dos investidores

"Os riscos à capacidade de Portugal devolver a ajuda prestada pelo fundo deverão ser geríveis no cenário base, mas estão a aumentar", refere o FMI, alertando que as reversões implementadas pelo governo estão a penalizar a confiança dos investidores. "A subida dos juros da dívida – incluindo o pico registado em Fevereiro – sublinha a necessidade de haver estabilidade nas políticas".

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