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Bloco desvaloriza alerta do FMI e defende criação de emprego

"Eu não me lembro de um bom conselho que o FMI tenha dado ao nosso país", afirmou Catarina Martins. Para a líder bloquista, "Portugal tem um problema grande de défice sim, é o emprego".

Catarina Martins: Levou o Bloco de Esquerda ao seu melhor resultado de sempre e foi decisiva para António Costa ter conseguido acordos à esquerda.
01 de Abril de 2016 às 18:33
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A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, desvalorizou hoje o alerta do FMI que aconselha Portugal a desenvolver um "plano de contingência" para cumprir o défice, afirmando que o país necessita é de criar emprego.

"Eu não me lembro de um bom conselho que o FMI tenha dado ao nosso país, tanto quanto eu me lembro, nos últimos anos, o FMI passou o tempo a dar conselhos que foram seguidos, com muita pressa, por PSD e CDS e o que conseguiram foi destruir a economia, aumentar a divida pública e produzir um desemprego terrível", disse.

Catarina Martins, que falava aos jornalistas em Elvas, no distrito de Portalegre, à margem de uma visita ao Forte da Graça, alertou que Portugal "tem um problema" e que o mesmo está relacionado com a criação de emprego.

"Portugal tem um problema grande de défice sim, é o emprego, precisamos de criar emprego e para isso é preciso investimento".

O FMI alertou que o défice ficará nos 2,9% do PIB este ano, acima da meta do Governo, sem medidas adicionais, defendendo por isso um "plano de contingência" que inclua adiar o fim dos cortes salariais e da sobretaxa.

No relatório após a conclusão da terceira missão de monitorização pós-programa de ajuda externa divulgado hoje, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que "na ausência de mais medidas, estima-se um défice em torno dos 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano", uma previsão que fica 0,7 pontos percentuais acima do défice de 2,2% antecipado pelo Governo.

Considerando que existem "riscos significativos para a execução" do Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), nomeadamente com a receita prevista com os impostos indirectos, o FMI urge o executivo liderado por António Costa a formular um "plano de contingência".

"O Governo precisa de preparar um conjunto específico de medidas de contingência que devem ser activadas assim que houver evidências de que a meta de 2,2% para o défice orçamental não será cumprida", afirma a instituição liderada por Christine Lagarde.

Perante o alerta do FMI, a porta-voz do Bloco de Esquerda afirmou que "talvez seja a altura" de Portugal, em vez de "ficar muito amedrontado" possa transmitir, "tratar" da sua economia, emprego, "fazer" investimento, "apostar "no conhecimento, na cultura, na ciência, bem como deve desenvolver trabalhos na área da reabilitação urbana que pode "criar muito" emprego.

Ao mesmo, acrescentou, é também tempo de "dinamizar sectores" como o conhecimento, ciência, cultura e ainda o setor do turismo que são "também essenciais" para a economia do país.
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