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Subir Lall: "Concordamos com a direcção do Orçamento de 2016" no curto prazo

No relatório, o FMI aconselha à elaboração de planos de contingência para que o Orçamento de 2016 seja cumprido. Mas em declarações de Subir Lall, disponibilizadas pelo FMI, o responsável diz que "na política orçamental de curto prazo, concordamos com a direcção do orçamento" de 2016.

01 de Abril de 2016 às 11:51
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As reformas estruturais "que têm vindo a ser prosseguidas" nos últimos anos "têm de continuar". A política orçamental pode não ser uma ferramenta eficaz para os objectivos de médio prazo, ainda que no curto prazo a direcção do Orçamento de 2016 seja a correcta, diz Subir Lall, apesar de no relatório o FMI dizer ser necessário a formulação de "planos de contingência visando o cumprimento das metas do orçamento de 2016".

Subir Lall mostra, também, preocupações com o sistema financeiro. Os bancos precisam de reduzir custos, fortalecer os balanços e desinvestir nos activos não rentáveis e não afectos à actividade principal. Ideias deixadas por Subir Lall, chefe de missão do FMI para Portugal, numa entrevista feita pelo próprio Fundo no seguimento da terceira revisão pós-programa de ajuda externa.

Na curta entrevista, de quatro perguntas, Subir Lall reforça a ideia de que Portugal precisa de reformas estruturais para que consiga crescimento sustentável.

"Pensamos que a política fiscal pode não ser uma ferramenta efectiva para alcançar o objectivo [de crescimento sustentável] no médio prazo", pelo que "as reformas estruturais, que estavam a ser prosseguidas nos últimos anos, têm de continuar para assegurar um maior crescimento". Ainda assim, diz Subir Lall, "concordamos com a direcção do Orçamento de 2016", no que respeita o curto prazo, já que tem como objectivo uma maior consolidação orçamental, "essencial face à elevada dívida pública". A pergunta é, acrescenta o chefe de missão, "quanto mais consolidação pode ser conseguida sem minar a recuperação económica em curso, e serão as medidas orçamentais suficientes para conseguir os objectivos"?.

Perguntas que são dadas, sem a resposta. Mas Subir Lall acrescenta um conjunto de constrangimentos estruturais na economia portuguesa e reformas que têm de ser implementadas. O alto endividamento privado impede os bancos de financiarem novas e empresas mais produtivas e limita a competitividade das empresas. Sem ela o crescimento das exportações fica limitado. Subir Lall volta a falar da necessidade de haver mais reformas no mercado laboral, que o flexibilize.

E volta a referir a necessidade de haver reformas ao nível da administração pública.

Mas, acrescenta, "claro que implementar reformas estruturais exige um largo apoio, com um diálogo social inclusivo. O Governo já iniciou discussões com os parceiros sociais para alcançar consensos nas reformas", conclui Subir Lall.

Nesta entrevista o chefe de missão não passou ao lado da banca, que, diz, tem de reduzir custos, reforçar os seus balanços, desinvestir das actividades que não sejam as principais e que não sejam rentáveis.

Tudo para que a economia portuguesa possa seguir na direcção de um crescimento sustentável. As condições globais não ajudam e por isso coloca-se em dúvida a continuada recuperação económica, também porque o papel do consumo - que tem sido o motor da recuperação - "vai começar a abrandar no médio prazo. O crescimento do rendimento disponível das famílias fica constrangido pelos impostos, que, por outro lado, são importantes no apoio à política orçamental e aos objectivos do Governo. Por isso, diz Subir Lall, "uma maior redução nas poupanças das famílias permitirá um aumento do consumo adicional baixo", alerta o FMI.
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