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FMI: Redução no "rating" da DBRS terá "graves repercussões"

O FMI alerta que um corte do "rating" de Portugal pela DBRS é ainda um risco no curto prazo e que, a acontecer, terá consequências graves. Este receio levou, no início do ano, os investidores a torcerem o nariz à dívida nacional.

Bloomberg
01 de Abril de 2016 às 11:37
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A turbulência política, vivida desde as eleições até à aprovação do Orçamento do Estado para 2016 pela Comissão Europeia, fez soar os alarmes nos mercados. O risco identificado era que a dívida portuguesa pudesse perder a única notação de investimento que detém actualmente, graças à DBRS. Agora, o Fundo Monetário Internacional relembra que esse é um risco pendente e aponta que, a acontecer, terá "graves repercussões" no país.

"Uma revisão em baixa da única classificação de investimento de Portugal constitui um risco de curto prazo com enormes consequências potenciais", relembra a instituição liderada por Christine Lagarde, no relatório do terceiro processo de monitorização após a conclusão do programa de ajustamento. O FMI acrescenta que a inclusão da dívida portuguesa nas compras do BCE está dependente desta condição, actualmente garantida pelo "rating" da DBRS, que tem revisão agendada para 29 de Abril.

Mas os riscos para Portugal são ainda maiores. "A perda do estatuto de classificação de investimento terá graves repercussões, além dos efeitos primários no sentimento dos investidores", escreve a instituição no documento divulgado esta sexta-feira, 1 de Abril. O FMI defende que "a base de investidores para as obrigações soberanas iria encolher, com alguns investidores institucionais estrangeiros a serem, potencialmente, obrigados a reduzir a detenção de dívida portuguesa".

A acontecer, esta venda generalizada de obrigações nacionais levaria a uma pressão no preço dos títulos e, inversamente, a uma subida acentuada das taxas de juro. A instituição liderada por Christine Lagarde nota ainda que, "sem uma mudança política pelo BCE, as compras de dívida [portuguesa] teriam de ser interrompidas" e acrescenta que "os bancos enfrentariam o impacto da revisão em baixa [do ‘rating’] nas suas reservas de colaterais", exigidas pelo banco central.

"Tal como foi destacado pelas recentes subidas dos juros das obrigações, as contínuas operações de refinanciamento de Portugal continuam muito vulneráveis às mudanças no sentimento do mercado", nota ainda o FMI. Por isso, aconselha a instituição, "manter uma saudável almofada de liquidez e identificar a actuação exacta para que esta seja utilizada, caso haja um desempenho orçamental abaixo do previsto, ajudaria a reforçar a credibilidade e acalmaria os mercados".


(Notícia actualizada às 12:09, com mais informação)

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