Notícia
FMI alerta para riscos da exposição da banca a Angola
As “vulnerabilidades” económicas de Angola “deverão afectar” a evolução do crédito malparado dos bancos portugueses, alerta o FMI. Fundo diz que Portugal está a equacionar medidas para incentivar a banca a desfazer-se de activos não rentáveis.
A exposição indirecta dos bancos portugueses a economias emergentes, designadamente a Angola, é um risco para os balanços das instituições financeiras, alerta o Fundo Monetário Internacional no relatório da terceira avaliação pós-programa, publicado esta sexta-feira, 1 de Abril.
Devido a esta exposição indirecta, "a evolução do crédito malparado" dos bancos "deverá ser afectado pelas vulnerabilidades que se verificam nestas economias", avisa a declaração de Carlo Cottarelli, director do Fundo responsável por Portugal, e da sua consultora, Inês Lopes, que consta do relatório.
Para estes dois responsáveis, "o crédito malparado que está nos balanços dos bancos continua a ser uma preocupação, dado o seu potencial impacto na solidez dos bancos e na sua capacidade e disponibilidade para financiar a economia". E defendem que "os esforços para resolver o problema do crédito malparado têm de continuar".
Cottarelli e Lopes recomendam mesmo que haja "um reforço da estratégia global" para resolver o problema do malparado, "incluindo a adopção de medidas ao nível da supervisão, legal, judicial e fiscal".
De acordo com o relatório do FMI, "a melhoria da qualidade dos activos dos bancos" é uma das preocupações das autoridades portuguesas que "estão a avaliar medidas para incentivar os bancos a eliminarem de exposições não rentáveis, por exemplo, através de provisões e imparidades mais elevadas".