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FMI: Recuperação impulsionada pelo consumo está a perder ímpeto

O FMI mantém as previsões de crescimento para a economia portuguesa, prevendo um abrandamento ao longo dos próximos anos. E alerta que a recuperação impulsionada pelo consumo "está a perder o seu ímpeto".

Mário Centeno - Finanças: O coordenador do programa eleitoral do PS, quadro do Banco de Portugal, onde foi vice-director de Departamento de Investigação, mantém a tradição de elevada notoriedade para os ministros das Finanças e é mesmo aquele de que os portugueses mais se lembram em primeiro lugar (22,6%). Colocando numa balança as notas que foram atribuídas na sondagem a este doutorado em Harvard, conclui-se que é considerado o melhor ministro (15,9%), embora também seja o segundo com pior avaliação (9,6%).
Bruno simão
01 de Abril de 2016 às 11:17
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A economia portuguesa vai abrandar este ano e em 2017, de acordo com as estimativas do FMI divulgadas esta sexta-feira, que são iguais às reveladas por Washington em Fevereiro.

 

No relatório após a conclusão da terceira missão de monitorização pós-programa de ajuda externa, o FMI estima que o PIB de Portugal vai crescer 1,4% este ano e 1,3% em 2017. A confirmarem-se estas previsões, a economia portuguesa irá abrandar pelo segundo ano consecutivo.

 

Estas previsões são iguais às reveladas pelo FMI em Fevereiro, quando tinha sido divulgado a primeira conclusão à terceira avaliação pós-programa. E continuam a ser bem mais pessimistas do que o está inscrito pelo Governo no Orçamento do Estado. O Executivo de António Costa aponta para um crescimento do PIB de 1,8% este ano. O Banco de Portugal reviu em baixa a sua perspectiva para um crescimento de 1,5%.

 

No comunicado revelado esta sexta-feira o FMI assinala que a economia portuguesa apresenta um crescimento apenas "modesto" apesar das "condições macroeconómicas altamente acomodatícias".

 

Para o FMI este desempenho modesto justifica-se com os "impedimentos estruturais" que permanecem na economia portuguesa".

 

E acrescenta que "como a recuperação impulsionada pelo consumo está a perder o seu ímpeto, porém, o PIB deve crescer apenas 1,4% neste ano e moderar-se, recuando para 1,2% no médio prazo". Deste modo, a perspectiva do FMI aponta não só para um abrandamento da economia portuguesa em 2016 e 2017, mas também nos anos seguintes. 

A previsão do FMI choca com a expectativa do Governo, que aposta na devolução de rendimentos às famílias para impulsionar o crescimento da economia. O FMI estima que o consumo privado vai crescer 1,5% este ano e 1,3% em 2017, o que representa uma forte desaceleração face ao aumento de 2,6% registado em 2015 e 2,2% em 2014.

 

No que diz respeito às restantes componentes do PIB, o FMI aponta para uma estagnação do consumo público e um crescimento de 3% no investimento (formação bruta de capital fixo). Face às previsões de Fevereiro, o FMI reviu em alta a estimativa para o crescimento das exportações este ano (de 3,9% para 4,2%) e também das importações (3,8% para 4%).


Necessidade de elevar o potencial de crescimento

A necessidade de elevar o potencial de crescimento da economia portuguesa é um dos pontos destacados pelo FMI no relatório revelado esta sexta-feira.

"Os directores executivos louvaram a bem-sucedida estabilização da economia portuguesa no âmbito do programa apoiado pelo Fundo, que abriu caminho para a recuperação em curso e para uma queda no desemprego", refere o comunicado. "Notaram, porém, que desafios consideráveis ainda persistem, sobretudo os decorrentes do elevado nível das dívidas pública e empresarial, impedimentos estruturais não resolvidos, a necessidade de elevar o potencial de crescimento subjacente e a conjuntura mundial incerta", referem.

 

Desta forma, "os directores executivos incentivaram as autoridades a tirar proveito dos avanços obtidos até então e continuar a adoptar políticas e reformas prudentes para garantir a sustentabilidade das finanças públicas, manter a confiança dos mercados, solucionar as vulnerabilidades do sector financeiro e aumentar a competitividade e o crescimento potencial".


 

(notícia actualizada às 11:30 com mais informação)

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