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Tsipras diz estar disponível para aceitar condições dos credores com pequenas alterações

O primeiro-ministro da Grécia escreveu a Juncker, Lagarde e Draghi, afirmando estar disponível para aceitar um novo acordo, com as condições estipuladas pelos credores, com pequenas alterações, no âmbito da extensão do programa que terminou ontem e do terceiro empréstimo.

01 de Julho de 2015 às 10:18
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"A República Helénica está preparada para aceitar este acordo ao nível técnico sujeito às seguintes emendas, acrescentos ou clarificações, como parte de uma extensão do programa que expira e do novo acordo de empréstimos que foi submetido hoje, terça-feira, 30 de Junho", afirmou Alexis Tsipras numa carta citada pelo Financial Times.

 

A carta foi enviada ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, à directora-geral do FMI, Christine Lagarde, e ao presidente do BCE, Mario Draghi. 

Nesta carta, Tsipras diz estar preparado para aceitar as condições que estavam em cima da mesa no fim-de-semana, com apenas pequenas alterações.

 

O primeiro-ministro grego diz aceitar as exigências feitas no que se refere ao sistema de IVA, com uma alteração: manter o desconto de 30% para as ilhas gregas nas várias taxas deste imposto. Esta tem sido uma das batalhas do Governo grego, que defende que muitas das ilhas são remotas e de difícil acesso, o que torna a vida nessas regiões mais complicada.

 

Sobre a reforma do sistema de pensões, os credores têm exigido o aumento da idade da reforma dos 65 para os 67 anos até 2022, a começar de forma imediata. Os gregos, que antes queriam um aumento mais gradual até 2025, pedem agora que comece apenas em Outubro. 

 

Sobre a eliminação do complemento de solidariedade que é praticado nas reformas mais baixas, Tsipras concorda em começar a reduzir este valor em Dezembro de 2019, mas a um ritmo inferior ao que está a ser pedido pelos credores, adianta o FT. Este complemento "será eliminado a partir do final de 2019 mas sem qualquer acção imediata em relação" à parcela de 20% dos pensionistas que mais auferem e que se incluem neste segmento de beneficiários, revela o documento.

Outra "guerra" tem sido os cortes na despesa militar. Os credores têm defendido reduções de 400 milhões de euros, em 2016, enquanto Atenas propunha um corte de 200 milhões. Agora a Grécia mantém o corte de 200 milhões no próximo ano, mas acrescenta uma redução de 400 em 2017. Estes objectivos serão alcançados através "de uma série de medidas, incluindo redução de pessoal e de aquisições de produtos e serviços."

O ministro alemão das Finanças já reagiu, colocando alguma água na fervura, ao afirmar que nada mudou, visto que não houve acordo entre o Governo grego e os credores até à meia-noite de ontem. Wolfgang Schäuble lembrou ainda que o programa do antigo FEEF expirou e que poderá ser necessário um novo programa do MEE com condições diferentes. No entanto, o ministro considera que "não há base para negociações sérias com a Grécia neste momento". "A Grécia tem de clarificar o que quer", acrescentou, citado pelo The Guardian.  


(Notícia actualizada às 10h28 com mais informação)

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