A Grécia vê também vedado o acesso ao fundo de 10,9 mil milhões de euros destinados à recapitalização da banca que estavam previstos no programa que expira hoje depois de ter sido prolongado por duas vezes a pedido das autoridades gregas. Previsto para terminar a 31 de Dezembro de 2014, foi inicialmente estendido por dois meses, tendo depois, já em Fevereiro, sido prolongado por mais quatro meses, até 30 de Junho.

Regling afirmou ser "de lamentar que o programa do FEEF termine hoje sem que haja qualquer acordo e que os resultados positivos do programa sejam colocados em risco". Regling sustenta que "os grandes sacrifícios exigidos ao povo grego estavam a dar resultado", sublinhando ainda que havia "perspectivas encorajadoras de crescimento".

Num apelo ao voto no "Sim" no referendo do próximo domingo, o presidente do MEE garante que a tendência económica positiva iniciada na Grécia "pode continuar se a população grega decidir regressar, no seio da Zona Euro, ao caminho das reformas". Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, também confirmou entretanto que o programa grego termina esta terça-feira.

No comunicado do MEE evidencia-se que desde 21 de Fevereiro de 2012, data de início da vigência do segundo memorando assinado entre Atenas e a troika, o FEEF acabou por desembolsar um total de 130,9 mil milhões de euros, o que faz deste fundo de resgate do euro o maior credor da Grécia.

Apesar da impossibilidade de acesso à ultima tranche do FEEF e ao fundo destinado à recapitalização do sistema financeiro helénico, o pedido de um resgate de dois anos hoje feito pela Grécia ao MEE poderá ajudar Atenas a manter o acesso da banca grega à assistência de liquidez de emergência (ELA, na sigla inglesa).

A manutenção do acesso à ELA poderá assim manter-se independentemente do fim do programa grego e do incumprimento perante o FMI que se devem consumar esta terça-feira, 30 de Junho.