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Merkel e Schäuble afastam acordo com a Grécia antes do referendo

A chanceler alemã e o ministro alemão das Finanças rejeitam negociar qualquer acordo antes do referendo de domingo e garantem que os credores da Zona Euro também"concordaram que não faz sentido".

Bloomberg
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A chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, já vieram pôr um travão no optimismo gerado em torno da carta de Tispras em que o ministro-grego admite estar disponível para aceitar as condições dos credores – com algumas alterações – e assinar um acordo. Ambos rejeitaram esta quarta-feira, 1 de Julho, a possibilidade de negociar um novo acordo antes do referendo de domingo.

Num discurso proferido esta manhã no parlamento alemão, a chanceler Angela Merkel voltou a afiançar que a Alemanha já decidiu que irá aguardar pelo resultado do referendo agendado para o próximo domingo, 5 de Julho, antes de tomar qualquer decisão sobre um eventual acordo com a Grécia. Também Schäuble disse numa conferência de imprensa hoje realizada que "a
ntes do referendo, não há bases para um acordo". Tendo o programa expirado ontem, "não podemos agir simplesmente como se ele ainda estivesse a decorrer", acrescentou o ministro. "A Grécia tem de clarificar aquilo que quer", insistiu.

As palavras do ministro das Finanças fazem eco das declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, que ontem já informara que a Alemanha "não negoceia sobre absolutamente nada" com o Governo grego antes dos resultados do referendo de domingo. Esta quarta-feira, uma fonte oficial da União Europeia confirmou à Bloomberg que o referendo "ainda é uma questão" importante para a negociação de um terceiro resgate.


No parlamento alemão, a chanceler referiu ainda que o Eurogrupo tem o direito de responder às decisões das autoridades helénicas, justificando assim a segunda reunião dos ministros das Finanças do euro, já sem a presença de representantes gregos, que teve lugar no sábado depois de Atenas ter decidido interromper as conversações com os credores.

"A porta para conversações com a Grécia esteve sempre aberta", vincou Angela Merkel que assegura que "o futuro da Europa não está em jogo". A chanceler explicou que a Europa estaria em causa somente se "nós tivéssemos esquecido aquilo que nos faz fortes: uma união baseada na lei e na responsabilidade".

 

Para a governante germânica, "ser um bom europeu não significa procurar um acordo a qualquer preço". No fundo, e para "colocar as coisas em termos simples", Merkel assevera que a "Alemanha irá prosperar no longo-prazo se a Europa também prosperar". 


Já o ministro das Finanças da Alemanha garantiu que os credores da Zona Euro – que estiveram ontem reunidos em teleconferência – concordaram que "não faz sentido" tentar alcançar um entendimento numa altura em que há constantemente relatos contraditórios sobre aquilo que a Grécia quer.


Ontem, dia em que terminou o programa de assistência à Grécia, o Governo de Tsipras enviou uma carta aos responsáveis do Banco Central Europeu (BCE), FMI e Comissão Europeia, em que admite estar disponível para aceitar as condições dos credores – com algumas emendas – e assinar um novo acordo. Segundo a última proposta enviada pelo Governo grego a Bruxelas, as intenções de Alexis Tsipras são basicamente três: uma extensão do actual programa, a reestruturação da dívida grega e um acordo de dois anos com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Algo que o ministro alemão das Finanças não garante que esteja concluído até meados de Julho, quando termina o prazo do Governo grego para pagar ao BCE. "Não sabemos se conseguiremos fechar um acordo com o MEE até 20 de Julho, data-limite para o pagamento", sublinhou Schäuble.

O ministro alemão referiu ainda que a situação económica da Grécia "está a deteriorar-se". "Sempre respeitei o que acordámos, as nossas regras, e se toda a gente tivesse feito o mesmo, a Grécia não estaria numa situação tão desesperada", criticou. "Não estou a fazer previsões sobre o que acontecerá na Grécia, estamos abertos a tudo".

Esta quarta-feira às 16h30 (hora de Lisboa), os ministros das Finanças da Zona Euro vão reunir-se novamente por teleconferência para analisar a proposta do Governo grego. Segundo fonte oficial da União Europeia, citada pela Bloomberg, as autoridades gregas aceitaram, pela primeira vez, as bases das propostas dos credores, que já estão a ser analisadas pelas instituições, para que possam ser submetidas a apreciação na reunião desta tarde. 

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