Investimento e emprego. São estas as duas palavras-chave que a Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) quer ver inscritas no Orçamento do Estado para 2025.
Em entrevista ao Negócios, Cristina Siza Vieira explica que o setor precisa de uma renovação que implica investimento em reabilitação de unidades. Esse esforço das empresas, defende, deve ser apoiado através de medidas fiscais. Assim como pede apoios no âmbito do emprego, numa atividade que, pela sua natureza, lida com a sazonalidade da procura, à qual a oferta tem de se adaptar.
Com a privatização da TAP mais uma vez debaixo dos holofotes mediáticos devido à auditoria da Inspeção-Geral das Finanças - que levantou dúvidas sobre os chamados "fundos Airbus", motivando críticas dos partidos da oposição ao ministro das Infraestruturas, que esteve ligado à venda de 2015 - e à reunião entre o Governo e o CEO da Lufthansa, a vice-presidente executiva da AHP prefere não tomar partido por nenhum dos potenciais compradores conhecidos - além da companhia alemã, são a IAG e a Air France/KLM.
"Somos agnósticos. Não temos cor política", vinca, recordando que a operação da TAP "está fortemente centrada no aeroporto de Lisboa, que é um emissor fundamental de turismo" para o país. "90% dos turistas chegam por via aérea, é crítico no posicionamento geográfico de Portugal na ligação à Europa e aos Estados Unidos", realça.
Para a gestora, "o novo capital que entra tem de assegurar que a TAP continua a ser um serviço central".
E se esse capital for o da Lufthansa, isso podem ser boas notícias? "Desde que [a TAP] seja da Star Alliance e tenha um reforço das ligações que a TAP tem ao mercado norte-americano, ao mercado da África, ao mercado do Brasil e ao mercado europeu, todas as notícias são bem-vindas", responde.