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Bárcenas reitera envolvimento da secretária-geral do PP no caso de contabilidade paralela

“É a minha mão que entrega o envelope à senhora Cospedal”. O antigo tesoureiro do PP espanhol voltou a afirmar que deu dinheiro de uma contabilidade paralela do partido à secretária-geral do PP. “É falso”, responde Maria Dolores de Cospedal.

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O caso Bárcenas teve esta sexta-feira um novo desenvolvimento. O processo interposto por Maria Dolores de Cospedal contra o antigo tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, começou a ser julgado. Da prisão, e através de vídeo-conferência, Bárcenas reafirmou que Cospedal recebeu dinheiro de uma contabilidade paralela. “É a minha mão que entrega o envelope à senhora Cospedal”, disse Luis Bárcenas, citado pelo “El País”.

 

O antigo tesoureiro recordou que os montantes – neste caso 7.500 euros – foram “entregues pessoalmente, em dinheiro vivo e em notas de 500 euros”.

 

Maria Dolores de Cospedal, que processou Bárcenas por ofensa à sua honra, negou as acusações do homem que geriu as finanças do PP durante mais de 20 anos.

 

Maria Dolores de Cospedal não é a única dirigente do PP envolvida no caso Bárcenas. A 15 de Julho passado, Bárcenas garantiu ter dado dinheiro “vivo” a Mariano Rajoy entre 2008 e 2010.

 

O caso estoirou em Janeiro deste ano. O jornal “El Pais” publicou vários documentos com pagamentos ao PP, recibos de pagamentos com destinatários e vários movimentos bancários. Segundo o jornal, todos os anos eram colocados de lado parte dos donativos que alegadamente serviam para remunerações suplementares a dirigentes do partido. O pagamento era feito em dinheiro.

 

Bárcenas geriu as finanças do PP durante mais de 20 anos. Quando o escândalo veio à luz do dia soube-se que o ex-tesoureiro tinha contas na Suíça superiores a 48 milhões de euros. O ex-tesoureiro negou a contabilidade paralela até mudar de estratégia quando foi preso em Junho. Agora diz que foi pressionado, pelo PP, a não revelar essa contabilidade. Em Tribunal confirmou não apenas a existência de contas paralelas, como disse ao juiz que foi ele o autor da contabilidade B e que pagou aos dirigentes. 90 mil euros para Rajoy e Cospedal em 2009 e 2010. Entregava o dinheiro em notas de 500 euros. E sem recibos. Em tribunal, Bárcenas afirmou que o PP se financiou ilegalmente durante 20 anos com donativos de empresários a troco de adjudicações.

 

Segundo a agência espanhola Efe, Bárcenas revelou também que seguiu um procedimento que já existia no partido quando chegou a tesoureiro em 1991 e que foi iniciado no tempo de Rosendo Naseiro, tesoureiro na época de José María Aznar. Os donativos de determinadas empresas não constavam na contabilidade oficial porque ultrapassavam os limites legais ou porque eram empresas ou empresários com contratos com a Administração Pública e como tal impedidos de fazer financiamento aos partidos.

 

Rajoy negou tudo. Mas em meados de Julho, o “El Mundo” revelou algumas mensagens escritas (SMS) trocadas entre o chefe do Executivo espanhol e Bárcenas, já este ano, nas quais Rajoy tentou controlar os danos. Em 2012 escrevia-lhe:  "Luís, nada é fácil, mas fazemos o que podemos. Ânimo". E já este ano, 48 horas depois de serem conhecidas as contas na Suíça, Rajoy escrevia a Bárcenas: “Sê forte”.

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