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Procurador-geral espanhol diz haver indícios para investigar "caso Bárcenas" até ao fim

O procurador-geral espanhol, Eduardo Torres-Doce, disse hoje que há "indícios" para investigar "até ao fim" o "caso Bárcenas", numa referência ao antigo tesoureiro do Partido Popular (PP), para determinar se houve ou não possíveis crimes ou delitos cometidos.

07 de Fevereiro de 2013 às 16:17
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"Não há ninguém que não deseje que estes factos se esclareçam, pelo bem de todos os implicados, do próprio Estado de direito e da necessidade de que exista confiança na administração da Justiça e na classe política", disse Torres-Doce, em declarações aos jornalistas em Logronho.

 

Torres-Doce disse que cabe à procuradoria anticorrupção avançar na investigação e determinar que passos devem ser dados depois das audições já realizadas tanto a Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do PP, como a outras partes ouvidas como testemunhas.

O procurador-geral disse ainda não serem conhecidos os resultados da prova pericial caligráfica realizada ontem sobre um manuscrito que alegadamente terá sido escrito por Bárcenas e que, segundo o jornal El Pais, documenta uma contabilidade paralela no partido.

 

"A justiça deve ser rápida, mas não impossivelmente rápida", comentou o procurador-geral, recordando que além de Bárcenas a procuradoria ouviu já um outro ex-tesoureiro do PP, Alvaro Lapuerta, e o antigo deputado popular Jorge Trias Sagnier.

"Não se pode antecipar a validade ou invalidez de provas quando se está numa fase pré processual", disse.

 

Recorde-se que o "caso Bárcenas" partiu de documentos publicados pelo jornal El Pais, identificados como "os papéis secretos de (Luis) Bárcenas", o ex-tesoureiro do Partido Popular (PP), que alegadamente demonstram pagamentos aos principais dirigentes do partido entre 1990 e 2009.

 

Mariano Rajoy, presidente do PP e do Governo espanhol, assegurou, numa declaração sem direito a perguntas no fim de semana passado, que vai tornar públicas todas as suas declarações de rendimento e património para demonstrar que não tem "nada a esconder" e que "nunca" recebeu dinheiro "negro".

 

Entretanto o ministro da Justiça espanhol, Alberto Ruiz-Gallardón, afirmou hoje que o caso de Bárcenas está nas mãos da Justiça e que, por isso, o papel de todos "é colaborar com a Justiça".

 

"A obrigação do Governo e do seu Ministério é garantir, através da Procuradoria-Geral do Estado, que se aplicam os princípios de legalidade e autonomia, e que se promove a ação da Justiça e a independência dos tribunais", disse.

 

Na audição hoje realizada pela procuradoria, Álvaro Lapuerta assegurou que nunca existiu uma contabilidade paralela no PP.

 

O antecessor de Luis Bárcenas afirmou que nunca viu os papéis manuscritos atribuídos a Bárcenas e que reflectiriam estas supostas contas opacas.

Lapuerta, que geriu as finanças do PP entre 1993 e 2008, foi hoje ouvido durante mais de duas horas perante o procurador Antonio Romeral.

 

Na quarta-feira, o próprio Bárcenas negou perante o mesmo procurador, segundo fontes judiciais, a existência de contas paralelas no PP, recusando a autoria dos documentos.

 

Para defender essa posição, Bárcenas afirmou que a letra não era a sua e submeteu-se a uma prova caligráfica que depois será contrastada com os documentos.

 

Também na quarta-feira, e segundo fontes judiciais citadas pela imprensa espanhola, foi ouvido o ex-deputado Popular Jorge Trías Saignier, que afirmou que Bárcenas lhe mostrou uma fotocópia dos manuscritos mas que nunca viu os originais.

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