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Oposição pede, mas Rajoy não se demite

A oposição não vai largar o caso Bárcenas. E no Parlamento espanhol, olhos nos olhos com Mariano Rajoy, pediu a demissão do chefe do Governo de Espanha. Que afirmou e reafirmou que vai ficar até ao fim do mandato. O principal líder da oposição, Rubalcaba, até pede que alguém do PP tome o lugar de Rajoy, que devolve a bola e pede a Rubalcaba que mostre as suas declarações fiscais.

Reuters
01 de Agosto de 2013 às 18:27
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Mariano Rajoy compareceu esta quinta-feira, 1 de Agosto, no Parlamento espanhol para falar do caso Bárcenas, o ex-tesoureiro do seu partido, o PP, que está preso e que em tribunal garantiu que havia uma contabilidade B (não declarada) do partido, na qual foram pagos salários extraordinários a Rajoy.

 

Alfredo Perez Rubalcaba, líder do principal partido da oposição PSOE, não se cansou de pedir a demissão de Rajoy, no que foi acompanhado por todos os partidos parlamentares à excepção do PP.

 

E foi na insistência para se demitir que Mariano Rajoy, na conclusão do debate, afirmou: "Responderei de forma clara e directa: não", acrescentando que "não vou demitir-me das responsabilidades que a ampla maioria dos espanhóis me encomendaram nas últimas legislativas. E a pobreza dos seus argumentos e a força da minha razão fazem com que nem sequer equacione essa possibildade. Portanto, repito, nem vou demitir-me nem vou convocar eleições. Que fique muito claro".

 

Rubalcaba não ficou satisfeito. "Está a prejudicar o país. É o momento de ir-se embora. Tem companheiros no grupo parlamentar que podem ocupar esse posto. Se tem sentido de Estado vá-se embora o quanto antes, porque a crise política não pode ajudar o país".

 

Debaixo de uma ovação final, Rajoy voltaria a concluir o debate com a promessa de que iria levar a cabo o seu mandato "com êxito e até ao final".

 

No debate parlamentar, Rajoy e Rubalcaba trocaram acusações e insinuações. Rubalcaba falou dos SMS (mensagens curtas) divulgadas pelo "El Mundo" entre Rajoy e Bárcenas. Rubalcaba perguntou directamente a Rajoy porque tinha enviado um SMS a Bárcenas que dizia "sê forte" quando já se sabia que o ex-tesoureiro tinha contas na Suíça. "Amparou e estava a amparar uma pessoa que já se sabia que era um deliquente", por isso, agora, "não pode exigir a qualquer espanhol que pague as suas contas ao Fisco, quando acaba de mandar a uma pessoa que já se sabia tinha fugido ao Fisco uma mensagem de 'aguenta, sê forte'".

 

E mais à frente, Rubalcaba, voltou ao tema: "Jamais mandei um SMS a um deliquente", afirmou Rubalcaba, acrescentando que na sua vida política "jamais" cobrou sem declarar, "jamais vi o meu nome referido muitas vezes numa contabilidade B de qualquer partido, incluindo o meu", "jamais disse aos espanhóis que tinham de baixar salários enquanto aumentava o meu. Jamais é jamais". 

 

Já antes Rajoy assumia que não se declarava culpado "porque não sou" E atirou a acusação: "porque não tenho constância alguma que o meu partido se financiou ilegalmente. O seu sim disseram os tribunais". E neste registo continuou: "não vou declarar-me culpado porque sempre cumpri as minhas obrigações com a fazenda públicao, não vou declarar-me culpado porque não tenho constância de ter feito algo que vá contra a ética, não vou declarar-me culpado porque não infringi o normal Estado de direito como presidente do governo nem noutra função, não vou declarar-me culpado porque não vim para a política enriquecer, tenho profissão, não vou declarar-me culpado porque embora não seja um compêndio de virtudes, como você, sou uma pessoa repta e honrada".

 

No início do debate, no entanto, o presidente do governo espanhol assumia ter cometido um erro: ter confiado em Bárcenas. 

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