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Caso Bárcenas: Justiça espanhola detecta financiamento ilegal no PP

O magistrado que está a investigar o papel do ex-tesoureiro no partido de Mariano Rajoy detectou “contabilidade duplicada”.

Negócios 15 de Maio de 2014 às 11:13
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O cerco aperta-se sobre a "contabilidade B" (paralela) do Partido Popular (PP) de Espanha. O "El País" adianta na edição desta quinta-feira, 15 de Maio, os detalhes da carta do juiz que investiga o caso, Pablo Luz, à justiça suíça.

 

Os detalhes apurados decorrem do envio da carta do magistrado espanhol à justiça suíça para investigar a abertura de contas no banco LGT, entidade onde foi depositado parte do dinheiro recebido pelo antigo tesoureiro do partido espanhol.

 

No documento, refere o diário espanhol, o magistrado aponta para o "pagamento de mais de sete milhões de euros em 18 anos" através de "doações anónimas de empresários". Estes donativos não são permitidos e violam a legislação referente ao financiamento das forças políticas.

 

Este tipo de "contabilidade em duplicado" decorria de três formas.

 

Financiamento de gastos eleitorais sem registo nas contas da Fazenda e do Tribunal de Contas – cujos valores os partidos têm de reportar à instituição devido ao financiamento das forças políticas pelos contribuintes. O "El País" diz que Pablo Luz já provou, pelo menos, 16 donativos ilegais registados pelo ex-tesoureiro em contabilidade paralela. Estes valores, segundo o magistrado, foram depositados em montantes inferiores a 60 mil euros, patamar no qual o Tribunal de Contas não pode abrir um processo de averiguação.

 

Pagamento de bónus, ocasionais ou regulares, de valores não declarados à Fazenda espanhola. Há, pelo menos, 55 registos destes pagamentos, alguns deles denunciados por dirigentes e membros do PP perante o magistrado.

 

Outros pagamentos, através do financiamento de "gastos e serviços em benefício do partido". Um exemplo, segundo o juíz, refere-se às obras para a remodelação da sede do partido.

 

Trata-se de mais uma etapa no processo de investigação do escândalo de fraude financeira nas contas do Partido Popular de Espanha, um caso que colocou em causa a própria manutenção de Mariano Rajoy (na foto) como líder de Governo.

 

O primeiro-ministro é suspeito de ter conhecimento da contabilidade paralela e de ter recebido dinheiro do ex-tesoureiro do partido, segundo Luis Bárcenas, em declarações ao "El Mundo" em Julho de 2013. 

 

O escândalo da contabilidade paralela do PP começou em Janeiro de 2013, quando o "El País" divulgou vários documentos de Bárcenas, com datas compreendidas entre 1990 e 2008, que indicavam a existência de registos irregulares nas contas do partido. Luis Bárcenas foi tesoureiro do PP durante quase duas décadas e registava em vários cadernos alegados pagamentos a altas figuras do partido.

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