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FMI: saída do Reino Unido pode custar 0,5% ao PIB de Portugal

Há muitas estimativas. O PIB britânico poderá cair entre 1% e 6% exemplifica o FMI, que sublinha que perdas serão sempre maiores para o Reino Unido do que para a União Europeia.

Bloomberg
18 de Junho de 2016 às 12:00
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Há muita incerteza sobre as implicações económicas e financeiras de uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE), mas começam a surgir consensos, defende o FMI num artigo de avaliação à economia britânica, publicado sábado, dia 18 de Junho: em caso de saída, o PIB do Reino Unido deverá cair no curto prazo, e mesmo no longo prazo é improvável que a economia fique a ganhar; no mundo, as economias da UE serão as mais afectadas negativamente, embora muito menos que a do Reino Unido; e os impactos dependerão em grande medida da gestão da incerteza que se instalará caso a saída vença no referendo que se realizará no dia 23.

Nas contas do Fundo, o PIB português poderá recuar de 0,2% do PIB num cenário de impactos limitados da saída, que prevê que o Reino Unido renegoceia rapidamente um novo estatuto de relações comerciais com a UE, em linha com as praticadas na Zona Económica Europeia (por exemplo pela Noruega), e que famílias e empresas restabelecem rapidamente bons níveis de confiança. A perda poderá ascender até 0,5% do PIB, num cenário adverso, em que as negociações não correm bem, e as relações comerciais entre UE e Reino Unido passam a ser reguladas pelas regras da Organização Mundial de Comércio.

Estes números deixam Portugal a meio da tabela europeia de perdas estimada pelo FMI, na qual surgem à cabeça Irlanda (que poderia perder entre 0,6% e 1,9%), Holanda (0,3% a 0,8%) e Bélgica (0,3% a 0,7%), reflectindo as relações mais intensas destes países em termos de comércio e investimento.

Pior estaria o Reino Unido que se deverá preparar para perder entre 1,5% e 5,5% do seu PIB anual, dependendo do cenário considerado pelo FMI. As estimativas de outras instituições recolhidas pelos técnicos do Fundo oscilam entre 1% e 6%.

"Em qualquer dos cenários, o impacto [para o Reino Unido] em termos de produto e emprego pode ser significativamente negativo devido a maior incerteza", escrevem os especialistas do FMI, que avisam: "as negociações [entre UE e Reino Unido] poderão durar anos, levando a um período de incerteza e aversão ao risco elevados, que por seu lado poderá desencorajar o consumo e o investimento e turvar os mercados financeiros". No longo prazo, também são esperados efeitos negativos, defendem.
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