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Centeno: Portugal tem financiamento assegurado até meados de 2017 (act)

O ministro das Finanças garante que Portugal tem as necessidades de financiamento cobertas até meados do próximo ano, estando preparado para as perturbações de mercado. Em Abril, a Comissão Europeia sublinhou a redução da almofada financeira, para um valor considerado arriscado.

Miguel Baltazar
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O ministro das Finanças, Mário Centeno, garante que Portugal tem as necessidades de financiamento cobertas até meados de 2017.

"O Tesouro português tem um colchão, uma almofada financeira que cobre aproximadamente metade das necessidades de financiamento do próximo ano", afirmou Mário Centeno, numa entrevista à TSF dada esta quinta-feira à tarde, ainda antes de conhecidos os resultados do referendo.

É a "formulação adequada para um país estar preparado para perturbações que possam acontecer nos mercados e que o afectem", acrescentou.

Os juros da dívida soberana portuguesa estão a disparar em todas maturidades. Os investidores estão a fugir em massa dos activos de risco. A dívida portuguesa é, por isso, uma das mais penalizadas, com a taxa das obrigações a dez anos a disparar 47,0 pontos base para 3,559%.

Comissão Europeia sublinhou redução da almofada financeira

Portugal planeia fechar o ano com uma almofada de 6,6 mil milhões de euros, um valor que a Comissão Europeia considerou arriscado em Abril.

"A posição de caixa tem vindo a reduzir-se desde o fim da segunda visita pós-programa, e no fim de 2016 a almofada de dinheiro deverá ser muito menor que no final do programa" avaliaram os técnicos da Comissão Europeia no final da segunda visita pós-programa, avançando que, descontando o efeito da recapitalização do  Banif, a almofada de dinheiro no final de 2015 era de 6,6 mil milhões de euros (descendo de 13,5 mil milhões de euros em Maio de 2015 e 12,4 mil milhões no final de 2014). Para o final deste ano está estimada uma almofada de cerca de 7,4 mil milhões de euros, um valor com riscos, escrevem na altura.

"Esta é uma almofada muito menor que a do final do programa (cerca de 15 mil milhões de euros), quando a dimensão da almofada cobria pelo menos 12 meses de horizonte de financiamento. A actual dimensão reduzida da almofada poderá cobrir apenas seis meses de horizonte de financiamento", lê-se no relatório.

Entretanto, o governo baixou esse montante para 6,6 mil milhões de euros no final do ano, um valor que o IGCP tem comunicado aos mercados estar "em linha com o observado no final de 2015)" e representa "cerca de 50% das necessidades de financiamento de 2017, que são projectadas em cerca de 14,5 mil milhões, excluindo amortizações adicionais ao FMI" – estimadas em 1,5 mil milhões de euros para o próximo ano.

 

Em entrevista ao Negócios em Abril deste ano, Ricardo Mourinho Félix, o secretário de Estado do Tesouro, desvalorizou as chamadas de atenção da Comissão Europeia, considerando que "a almofada de liquidez que existe assegura de forma apropriada (…) a manutenção de uma posição de caixa confortável".

 


FMI estima que Brexit tire até 0,5% ao PIB português 

A saída do Reino Unido da União Europeia, decidida pela maioria dos eleitores britânicos no referendo desta quinta-feira, pode custar 0,5% ao PIB português, de acordo com uma estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada no passado sábado, 18 de Junho.

Nas contas do Fundo, o PIB português poderá recuar de 0,2% do PIB num cenário de impactos limitados da saída, ou seja, se o Reino Unido renegociar rapidamente um novo estatuto de relações comerciais com a União Europeia e se a confiança fore reestabelecida.

A perda poderá ascender a 0,5% do PIB num cenário adverso, em que as negociações se compliquem, e as relações comerciais passem a ser reguladas pelas regras da Organização Mundial de Comércio.

A Irlanda, a Holanda e a Bélgica são os países que, na análise do FMI, mais podem perder, por terem relações mais intensas em termos de comércio e investimento.

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