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Santos Silva: "Portugal pode gerir melhor um Brexit do que outros países"
O ministro dos Negócios Estrangeiros diz, em entrevista à TSF, que se o Reino Unido sair, a União Europeia tem de "reagir com frieza". Admite que o "efeito dominó pode atingir outros países" da UE.
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"Com o Reino Unido temos dois eixos na Europa, sem o Reino Unido ficamos só com um - e nós temos que encarar esse problema", diz o ministro dos Negócios Estrangeiros, numa entrevista à TSF em que alerta que houver Brexit a União Europeia tem de "reagir com frieza". Portugal tem, acredita, capacidade para gerir melhor esse evento que outros países.
Se o Reino Unido optar por sair, a Europa tem que reagir com frieza. "Imaginemos que a decisão é sair. A Europa tem que ter uma posição de frieza, não entrar em pânico. Não dramatizar mais. Isso não significa o fim da UE". É, isso sim, "preciso reafirmar a vinculação comum vinculação ao projeto europeu. E evitar decisões precipitadas, como mais uma marcha forçada, uma tentação integracionista", diz Santos Silva.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alerta que o "efeito dominó pode atingir outros países" da União. E "é preciso evitar um crescendo de posições de esticar a corda de países como Holanda, Dinamarca, Polónia - "de dizerem 'agora é a nossa vez de sair'". Mas "Portugal pode gerir melhor um Brexit do que outros países" o eventual Brexit.
Portugal, garante o ministro, tem margem para gerir crise dos mercados: "Todos os mercados estão receosos. Não há problema de financiamento. O serviço da dívida portuguesa é absolutamente gerível." Mas fica sublinhado o aviso aos que classifica como "funcionários europeus": "O que Portugal não aguenta é um clima de ameaça constante, hostilização permanente, porque as expectativas são importantes em economia. Não há maneira de atrair investimento se houver funcionários a dizer isto vai falhar, isto vai falhar."
Santos Silva diz-se optimista quanto ao resultado do referendo que terá lugar na quinta-feira, 23 de Junho. "Se o Reino Unido ficar, é a segunda grande vitória da Europa. Num cenário de permanência, a UE tem enorme vitória política, superando os dois grandes riscos do último ano: perder a Grécia e perder o Reino Unido. E isso permite uma viragem na Europa". Porquê? "Com o Reino Unido é mais fácil pôr a economia no lugar principal", explica Santos Silva, que diz esperar também que depois das eleições espanholas haja finalmente um Governo no país vizinho.