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Schäuble: União Europeia está preparada para um Brexit
O ministro das Finanças da Alemanha garante que a União Europeia tem tudo preparado para evitar o "caos" em caso de Brexit. A campanha foi retomada este domingo. Cameron e Osborne já alertaram para os riscos de uma saída do país do bloco dos 28.
Wolfgang Schäuble, acérrimo defensor da permanência do Reino Unido na União Europeia, voltou este domingo a alertar para a possibilidade de um Brexit. No dia em que a campanha foi retomada, após ter sido interrompida na sequência do assassinato da deputada britânica Jo Cox na passada quinta-feira, o responsável pela pasta das Finanças da Alemanha garantiu que a União Europeia está preparada para evitar "desenvolvimentos caóticos" caso o "não" vença o referendo da próxima quinta-feira.
"Primeiro, temos que aguardar que os britânicos decidam e depois temos que respeitar a sua decisão. Mas também é óbvio que depois temos que fazer todos os possíveis para evitar desenvolvimentos caóticos [em caso de Brexit]. E nós [União Europeia estamos bem preparados para isso]", garantiu num discurso no Institute for the World Economy em Kiel na Alemanha.
Schäuble voltou, porém, a frisar a ideia de que a Europa não pode permanecer como está, caso os britânicos votem para abandonar a União. Se assim for, "outros países podem ter a mesma ideia" e optar por deixar a União Europeia. "[É uma hipótese que] não pode ser descartada. Por exemplo, como é que a Holanda, aliado histórico do Reino Unido, vai reagir?" questionou Schäuble no passado dia 10 de Junho em entrevista à revista Der Spiegel.
Para David Cameron, o Reino Unido enfrenta, neste momento, uma "opção existencial" sem "volta atrás". Em caso de Brexit, a economia será abalada, o comércio e o investimento irão ressentir-se e o país entrará provavelmente numa recessão.
"Se não estão seguros, não assumam o risco de sair. Se não conhecem, não vão. Se avançarmos e rapidamente nos dermos conta de que foi um grande erro, não poderemos mudar de ideia e ter outra oportunidade", alertou o primeiro-ministro britânico num artigo de opinião publicado este domingo no Sunday Telegraph.
Num outro artigo separado publicado no Sunday Times, Cameron criticou o ministro da Justiça, Michael Gove, e o ex-prefeito de Londres Boris Johnson - ambos apoiantes do Brexit na campanha -, por incentivarem os eleitores a rejeitar os conselhos dos peritos económicos, como os do Fundo Monetário Internacional (FMI), sobre as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia.