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Sondagens levam libra para o maior ganho desde 2008
A moeda britânica está a registar a melhor sessão em oito anos. As perspectivas crescentes que o Reino Unido vá escolher manter-se na União Europeia, suportadas pelas sondagens, estão a impulsionar a evolução da libra.
A libra, a moeda britânica, está em alta a a registar a maior subida em oito anos. A moeda britânica chegou já a avançar esta manhã 2% para 1.4648 dólares, o que representa o maior ganho desde Dezembro de 2008. Por esta altura, a libra sobe 1,82% para 1,4619 dólares. Em relação ao euro, a libra avança 1,33% para 1,2899 euros.
Este comportamento da libra tem lugar numa altura em que as últimas sondagens mostram que o Brexit perdeu a dinâmica de subida registada uma semana antes e os partidários da permanência na UE voltaram a liderar, ainda que por uma margem muito escassa. O referendo realiza-se já nesta quinta-feira, devendo os resultados serem conhecidos nas primeiras horas do dia seguinte.
Uma sondagem realizada online pela YouGov para o Sunday Times, realizada entre 16 (dia em que Cox foi atacada) e 17 de Junho dão 44% à permanência na UE e 43% à saída do espaço europeu. Nas duas sondagens anteriores feitas pela mesma entidade, o Brexit liderava recolhendo a preferência de 46% (12 e 13 de Junho) e 44% (15 e 16 de Junho) dos eleitores britânicos.
Outro estudo de opinião, da Survation, realizado por telefone entre 17 e 18 de Junho e publicado pelo Mail on Sunday, revela a mesma tendência: os dois lados trocaram de posições e "ficar" na União Europeia passou a liderar com 45% dos votos, contra 42% dos que defendem a saída (no dia 15, a posição era simétrica).
"As sondagens reveladas este fim-de-semana sugerem que a morte trágica de Jo Cox pode trazer algum do apoio [aos partidários do] ‘permanecer’ – que ajudou um pouco ao sentimento de risco", disse à Bloomberg Robert Rennie, líder do departamento de divisas e matérias-primas do australiano Westpac Banking Corporation. "As sondagens estão também a afastar [os investidores] das moedas consideradas como activos de refúgio", acrescentou.
Já Ulrich Leuchtmann, estratega da área de câmbios do Commerzbank, em declarações à Reuters, defende que "o desfecho do referendo está novamente em aberto". "Mas pelo menos ‘sair’ já não parece o cenário mais provável" pelo que se as próximas "sondagens sugerirem que a mudança de sentimento persiste o euro face à libra pode aliviar ainda mais".