"Tenho a fama de ser um homem que gosta de correr riscos – um gato com nove vidas – mas sair da União Europeia não é um risco que eu queira correr. Nem como investidor, nem como empreendedor e certamente não como pai e avô preocupado com o mundo que vamos deixar à geração seguinte".

Quem o afirma é Richard Brandson, o empresário criador do universo Virgin que, num longo texto publicado no "Daily Mail" recorda que é um dos poucos empresários que, tendo começado a sua actividade nos anos 60 do século passado, ainda se recorda de como era a vida antes da adesão para argumentar que a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) seria "um tiro no nosso pé". "

"Naqueles tempos, eu não conseguia mover pessoas entre a Grã-Bretanha e a Europa continental sem vistos e meses e meses de espera. Não podia mover mercadorias entre a Grã-Bretanha e a Europa sem altos impostos e uma enorme burocracia. Ao longo das últimas décadas, a União Europeia tem derrubado essas barreiras e tornou mais fácil a expansão das empresas e a liberdade de circulação das pessoas".

Para Branson, o Brexit seria um "golpe devastador" para a economia do Reino Unido, e não significaria sequer recuperar soberania – pelo contrário. Sendo a União Europeia o maior mercado britânico, para continuar a acedê-lo ter-se-ia de fazer acordos de associação e "teríamos de nos reger pelas mesmas regras, mas o governo britânico deixaria de ter um lugar à mesa de onde elas são feitas".

Por outro lado, acrescenta, "as ameaças globais que enfrentam os cidadãos britânicos, jovens e velhos, como as alterações climáticas ou a crise financeira, são melhor abordadas em conjunto". "Sem dúvida que, ao fazer parte da UE, a Europa e o Reino Unido ficam ambos mais fortes".