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Petróleo sobe com calor no Médio Oriente e queda de stocks. Brent espreita os 88 dólares

Os inventários de crude nos EUA caíram mais do que o esperado na semana passada, o que deu um impulso às cotações.

Casas de investimento apontam para níveis sustentados nas cotações do chamado ouro negro.
Alexander Manzyuk/Reuters
04 de Julho de 2024 às 16:43
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As cotações do "ouro negro" seguem a subir ligeiramente nos principais mercados internacionais, num dia em que o feriado nos EUA traz um volume de negociação fraco ao mercado de futuros.

  

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,10% para 83,96 dólares por barril, em máximos de 11 semanas.

 

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,19% para 87,51 dólares – a manter-se assim em máximos de 30 de abril.

 

Os inventários de crude nos EUA caíram mais do que o esperado na semana passada, o que deu um impulso às cotações. O Departamento norte-americano da Energia divulgou uma queda de 12,2 milhões de barris nos inventários, quando os analistas inquiridos pela Reuters apontavam para uma diminuição de apenas 680.000 barris.

 

O ligeiro recuo de que evidenciou hoje a meio da tarde foi apenas uma correção e não se espera que se mantenha, dada a debilidade do dólar e as boas perspetivas para o consumo de gasolina nos EUA na chamada "driving season", que traz habitualmente mais carros para as estradas devido às férias de verão.

 

"As exportações de crude da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) caíram 18,1 milhões de barris por dia em junho, o que correspondeu a menos 1,6 milhões de barris diários no mercado face a maio. Isto com base nas estimativas da empresa de rastreamento de petroleiros Petro-Logistics", sublinha Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, numa análise a que o Negócios teve acesso.

 

Este volume de exportações "foi o mais baixo desde junho de 2021", refere o estratega do banco suíço. "Praticamente todos os membros da OPEP reduziram as suas exportações em junho, com as maiores quedas a serem observadas na Arábia Saudita, Irão, Emirados Árabes Unidos e Koweit. Atendendo a que a produção de crude entre os membros da OPEP foi bastante estável em junho, face a maio, a queda terá sido motivada por fatores do lado da procura", considera Staunovo.

 

"As altas temperaturas no Médio Oriente e a peregrinação do Haij [à cidade de Meca] terão sustentado a forte procura doméstica destes países, o que resultou em menos crude disponível para exportação", salienta o analista do UBS.

 

E este mês o cenário deve repetir-se. "Com o crude e gás natural usados na região para produzir eletricidade com objetivos de arrefecimento devido a um verão quente no Hemisfério Norte, e o foco crescente da OPEP+ (o grupo composto pelos membros da OPEP e seus aliados) em cumprir os cortes de oferta definidos, as exportações do cartel deverão manter-se baixas em julho", aponta o estratega do banco suíço na sua análise.

 

Por isso mesmo, o UBS está convicto de que a procura mundial por petróleo continuará a crescer a um ritmo de 1,5 milhões de barris por dia este ano – um nível acima da taxa de crescimento de longo prazo de 1,2 milhões de barris diários. "Em resultado de a OPEP+ manter os seus cortes de produção em vigor no atual trimestre, antevemos maiores quedas dos stocks de crude nas próximas semanas", diz ainda Giovanni Staunovo, com o banco suíço a projetar que o Brent atinja os 90 dólares ainda neste trimestre.

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