O Banco Central Europeu e o Banco de Inglaterra têm "poder de fogo suficiente" para impedir uma situação de pânico no sistema financeiro caso os britânicos votem pela saída do Reino Unido da União Europeia.

 

A garantia foi dada pelo austríaco Edwald Nowotny (na foto), que integra o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE).

 

"Um banco central tem o dever de preparar uma alternativa", afirmou Nowotny em Viena, citado pela Reuters, admitindo que possam ocorrer distúrbios nos mercados no curto prazo".

 

Lembrando que existem acordos para o fornecimento de linhas de liquidez, o governador do banco central da Áustria afirmou que "se for necessário, é garantido que os bancos britânicos e da Zona Euro "não terão problemas de escassez de liquidez"

 

Entre as medidas de emergência para travar a expectável turbulência nos mercados num cenário de vitória do Brexit estarão linhas de troca cambiais entre os dois bancos centrais, de forma a fornecer aos bancos europeus as libras e os euros que necessitarem.

 

Caso o Brexit vença, "haverá uma declaração de que será feito tudo o que for necessário para manter uma adequada liquidez no mercado", disse um responsável do BCE não identificado à Reuters. Segundo a agência, esse anúncio dos bancos centrais poderia mesmo ser feito logo na manhã de 24 de Junho. Até porque, no dia do referendo (23 de Junho), Mark Carney, governador do Banco de Inglaterra, estará reunido em Frankfurt, com Mario Draghi e outros responsáveis do BCE.

 

O BCE e o Banco de Inglaterra não são os únicos bancos centrais que estão a preparar planos para responder a uma potencial vitória do "leave" no referendo. Haruhiko Kuroda, do Banco do Japão, assegurou que a autoridade monetária está a acompanhar de perto as medidas a aplicar depois do referendo, caso venham a ser necessárias.

Já Thomas Jordan, do Banco Central da Suíça, afirmou que a autoridade monetária helvética está em alerta devido à possibilidade de Brexit. "É um evento que é possível e a probabilidade aumentou nos últimos dias, mas o nosso cenário central não inclui um Brexit", referiu Jordan, citado pela Bloomberg.

Falando depois do Banco Central da Suíça ter mantido as taxas de juro, Jordan acrescentou que em caso de Brexit, "a turbulência pode aumentar, pelo que temos a intenção de estabilizar os mercados se tal vier a acontecer".

No Banco da Polónia também está tudo "preparado para actuar em caso de Brexit, mas não são de esperar medidas radicais", afirmou Glapinski.

(notícia actualizada com mais declarações de bancos centrais)