A estreia da Martifer na bolsa tem tudo para ter sucesso, apesar dos múltiplos elevados que apresenta, consideram os analistas e gestores de fundos portugueses, que ontem estiveram reunidos com a empresa. O apetite dos investidores é justificado pelo potencial de crescimento e a aposta nas renováveis. E a Martifer tem tudo isso.

A Martifer será a quinta empresa mais cara na bolsa de Lisboa, com uma cotação mínima equivalente a 50,5 vezes os seus lucros de 2006, mas a entrada em bolsa deverá ser um sucesso. Os gestores de fundos e os analistas contactados pelo Jornal de Negócios acham o intervalo de preços – entre 6,50 e 8,00 euros – adequado ao elevado potencial de crescimento da empresa, a qual ainda fica com espaço para valorizar.

Ao investir na Martifer "está-se a pagar crescimento", sintetiza António Seladas, responsável pelo departamento de análise de acções do Millennium bcp, explicando desta forma por que a empresa da Mota-Engil e dos irmãos Martins irá apresentar na data da sua admissão o quinto PER (relação cotação/lucro por acção) mais alto da bolsa de Lisboa. Este rácio demonstra que os 650 milhões de euros (capitalização mínima) estão 50,5 vezes acima dos lucros de 2006 (12,88 milhões de euros), enquanto os 800 milhões superam em 62,1 vezes os resultados líquidos do ano passado (ver tabela). O PSI-20 transacciona actualmente com um PER de 17,09 e a PTM é a mais cara do índice, com um PER de 49,81.