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Opções sobre o BCP? "Eventualmente numa segunda fase", diz gestora da bolsa de Lisboa

Mais de 20 anos depois a Euronext Lisbon lançou opções sobre Jerónimo Martins, família EDP e Galp. De fora fica, pelo menos para já, o BCP, mas numa segunda fase a gestora da bolsa de Lisboa "eventualmente verá o que fazer".

Vítor Chi
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A dona da bolsa de Lisboa, a Euronext, (re)lançou esta segunda-feira opções sobre ações do principal índice nacional, o PSI. A gestora da praça nacional aposta assim na constituição de um instrumento financeiro que já esteve presente na bolsa de Lisboa mas que acabou por sair em 2003, por falta de liquidez. 

As opções terão como ativos subjacentes ações da Jerónimo Martins, Galp, EDP e EDP Renováveis. Durante o lançamento destes produtos, Frederik Lausink, "sales and product manager" da Susquehanna, o único "market maker" destes instrumentos financeiros explicou que as empresas foram escolhidas a dedo tendo em conta vários critérios como o "tamanho" e o "free float".

No entanto, apesar do seu tamanho em bolsa, o BCP, que até 2003 viu as suas ações servirem de ativo subjacente para opções está, pelo menos para já, fora desta lista. Quando questionada sobre o facto de o banco liderado por Miguel Maya não estar, para já incluido, a presidente da Euronext Lisbon, explicou que tal se deve ao apetite dos investidores.

As ações subjacentes foram escolhidas "em função dos dos clientes, da dimensão e do 'free float', mas também da procura por parte dos investidores", explicou Isabel Ucha e adiantou: "eventualmente numa segunda fase veremos o que fazer", mediante a reação do mercado às quatro opções já lançadas. Ainda assim, Isabel Ucha não quis avançar uma data para esta segunda fase.

Quando anunciou este lançamento em fevereiro, Isabel Ucha já tinha explicado que a escolha da EDP, EDP Renováveis, Jerónimo Martins e Galp deveu-se ao facto de "serem as que têm mais apetência pelos investidores".

Esta apetência foi apurada, através do "diálogo da Euronext com os 'market makers'", acrescentou, na altura, a líder da dona da bolsa de Lisboa, tendo ainda deixou claro que seria possível incluir outras cotadas nesta iniciativa, dependendo "da procura do sucesso e do compromisso que os bancos portugueses venham a ter com este instrumento".

As opções são derivados financeiros, ou seja instrumentos cujo desempenho está dependente do comportamento de outro ativo. As opções podem ser distinguidas entre "calls" (opções de compra) e "puts" (instrumentos de venda).

Este tipo de derivado permite, mas não obriga, a compra ou venda do ativo subjacente a um preço predefinido, numa maturidade curta que por norma não vai para lá dos seis meses, ainda que este segmento de mercado esteja aberto à criatividade financeira, podendo haver vários tipos de opões com vários traços peculiares. Neste caso, a bolsa de Lisboa optou por opções "vanilla", ou seja ditas simples.

Desde 2003, "muita coisa mudou"

Durante o evento, Isabel Ucha recusou ainda que o fim deste tipo de produto financeiro em 2003 por falta de liquidez seja sinónimo de que tal se venha a repetir no futuro, até porque desde então muito mudou.

"Isso foi há 20 anos e desde então, muita coisa mudou no país, nos mercados e nas cotadas", começou por explicar a presidente da Euronext Lisbon. "O mercado está mais internacionalizado", acrescentou o Isabel Ucha.

A líder da gestora da bolsa de Lisboa recordou ainda que este tipo de produto "se tem tornado mais popular entre os investidores de retalho", pelo que "é um passo natural", de forma a que o país se alinhe com outros como "a Alemanha, a Irlanda ou os Países Baixos".

(Notícia atualizada às 17:34 horas com mais informação).

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