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Subida do petróleo e "yields" das obrigações penalizam Wall Street
Os principais índices do lado de lá do Atlãntico terminaram em baixa, com os pesos pesados a pressionarem. A cautela levou a melhor com os investidores atentos aos desenvolvimentos no Médio Oriente.
Os principais índices em Wall Street encerraram esta segunda-feira em queda, com os investidores a recalibrarem expectativas relativamente à dimensão dos próximos cortes de juros pela Reserva Federal ainda este ano e avaliarem o impacto do conflito no Médio Oriente nos preços do petróleo.
Ao mesmo tempo, os investidores mantêm-se cautelosos antes de serem conhecidos dados da inflação nos Estados Unidos e resultados das empresas no terceiro trimestre.
O S&P 500 recuou 0,96% para 5.695,94 pontos e o Dow Jones perdeu 0,94% para 41.954,24 pontos. Já o Nasdaq Composite desvalorizou 1,18% para 17.923,9 pontos.
Os investidores estão a incorporar uma descida de 25 pontos base pela Fed em novembro, de acordo com a ferramenta da CME FedWatch, consultada pela Reuters. Na semana passada, os mercados apontavam para um corte de 50 pontos base. No entanto, os dados da criação de emprego conhecidos na passada sexta-feira mostraram um mercado laboral ainda robusto.
Face a esta reavaliação da política monetária, as "yields" dos Treasuries norte-americanos a dez anos, a maturidade de referência, excederam os 4% pela primeira vez em dois meses, pressionando os pesos pesados mais sensíveis às taxas de juro.
Entre os principais movimentos de mercado, a Alphabet desceu 2,44%, depois de um juiz norte-americano ter ordenado que a Google reformule o seu negócio de aplicações móveis para dar mais opções aos utilizadores de telemóveis Android. Ainda entre os pesos pesados a Amazon perdeu 3% depois de o Wells Fargo ter reduzido a recomendação para as ações da gigante tecnológica.
A Pfizer contrariou a tendência e subiu mais de 2%, depois de o investidor ativista Starboard Value ter assumido uma participação de mil milhões de dólares na Pfizer e indicar que pretende realizar alterações para mudar o atual desempenho da farmacêutica.
"Estamos a sair de uma semana que foi salva pelo relatório do emprego na sexta-feira. As duas coisas que penso que os investidores estão a observar com mais cautela são as 'yields' os títulos do Tesouro que estão a voltar a agravar-se e os preços da energia que estão a subir", explicou à CNBC Art Hogan, estratega-chefe da B. Riley Wealth.
"Estas duas coisas provavelmente fazem com que os investidores olhem e pensem se vai piorar antes de melhorar, mas não pensamos que isso aconteça. É certamente uma razão para serem cautelosos no início de uma época de resultados", completou.