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Compra de acções pela Mota-Engil África é "positiva" para os investidores, dizem analistas

O prémio oferecido pela Mota-Engil África para a compra de acções aos accionistas representa uma oportunidade. Esta é a posição assumida pelos analistas, que destacam ainda que a Mota-Engil também sairá a ganhar.

12 de Outubro de 2015 às 12:36
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A Mota-Engil África anunciou que pretende retirar os títulos de bolsa e recomprá-los aos accionistas. Uma operação que conta com um preço superior ao do mercado, pelo que, dizem os analistas, é positivo para os investidores. Já a Mota-Engil, por seu lado, quer realizar um aumento de capital para adquirir a restante posição na unidade africana. Também visto pelos analistas como um factor positivo para a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto), já que resolve os problemas relacionados com a baixa liquidez dos títulos.

"Acreditamos que [a operação anunciada] é positiva para os accionistas da Mota-Engil África, uma vez que recebem um grande prémio face ao actual preço de mercado", afirma Nuno Estácio, numa nota de análise. O analista da Haitong destaca que "esta decisão poderá implicar para a Mota-Engil África a saída de 110 milhões de euros em fundos, assumindo que os accionistas detentores dos 18% disponíveis no mercado aceitam a oferta".

Também José Mota Freitas considera "atractivo o preço considerado na oferta anunciada". O analista do CaixaBI, numa nota de análise, explica que "a admissão à cotação do título era um dos passos da estratégia delineada para fortalecer o seu balanço, além de disponibilizar aos investidores um veículo capaz de oferecer exposição a uma das regiões mais promissoras do globo: a África Sub-Sahariana". Contudo, destaca, "a estratégia não chegou a ser implementada na totalidade, deixando o título Mota-Engil África numa posição difícil. A operação anunciada irá resolver este problema na totalidade".

"A Mota-Engil irá oferecer 6,1235 euros por acção", notam os analistas do BPI, Bruno Silva e Filipe Leite. Um valor que, segundo as suas contas, apontam fica 4,8 vezes acima do rácio entre o valor da empresa e o EBITDA esperado para 2016, bem como 62% acima da cotação da Mota-Engil África na passada sexta-feira, 9 de Outubro.

Mota-Engil sai reforçada

Os especialistas do BPI acrescentam que "a retirada da Mota-Engil África de bolsa deverá ter um impacto positivo no preço das acções da Mota-Engil, assim que a operação estiver concluída. Isto porque, explicam, "a Mota-Engil África já não será uma fonte de visibilidade negativa, sob o actual contexto de reduzida liquidez".

"O contributo positivo da operação anunciada vem da resolução das dificuldades relacionadas com a baixa liquidez da Mota-Engil África e do facto de estar desenhada de forma a ter um impacto razoavelmente neutro em termos de posição consolidada de tesouraria do grupo", aponta José Mota Freitas. Feitas as contas, diz o analista do CaixaBI, "não consideramos que haja um impacto material na nossa actual estimativa de valor resultante da implementação das mudanças anunciadas".

Já Nuno Estácio acrescenta que, "relativamente ao aumento de capital da Mota-Engil, isto implica a emissão de 44,4 milhões de acções", caso todos os accionistas da Mota-Engil África aceitem diluir a posição. "Salientamos que grande parte desta transacção já está garantida, uma vez que a família Mota irá ceder as suas acções na Mota-Engil África e usar o dinheiro para participar no aumento de capital", aponta o analista da Haitong. E conclui que, "uma vez que o aumento de capital irá ser feito acima dos preços actuais, é possível que sobrem acções, significando que a família Mota poderá aumentar a posição na empresa dos actuais 55%".

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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