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Mota-Engil confirma que está a considerar vender mais activos
Depois da Tertir e da Logística, a Ascendi, uma parceria com o Novo Banco, poderá ser um activo a sair da carteira da construtora Mota-Engil, que diz que se quer focar no segmento ambiental.
Os negócios de logística e de gestão portuária da Mota-Engil já têm comprador. Mas há mais activos que deverão estar perto de sair da esfera da construtora.
"A empresa está a considerar mais alienações de activos não-estratégicos", indica o grupo da família Mota num comunicado publicado esta quinta-feira, 1 de Outubro.
No documento, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) explica o racional da operação de venda da Tertir e da Mota-Engil Logística, numa operação que rendeu 275 milhões à construtora.
Mas haverá mais dinheiro a chegar: a concessionária de infra-estruturas Ascendi, como o Negócios noticiou em Julho, está em processo de venda. Portugal, Espanha, Brasil, México, Moçambique e Colômbia são os países em que está presente esta empresa, que representa uma parceria com o Novo Banco.
A Tertir, vendida esta semana ao grupo turco Yilgirim, também fazia parte de uma parceria com a instituição financeira. Rendeu 60 milhões ao banco (mais do que o valor contabilístico de 55,7 milhões, no primeiro semestre de 2015). À Mota-Engil, a venda da Tertir e de outra subsidiária permitiu o encaixe de 275 milhões.
Estas duas alienações vão permitir ao banco reduzir o capital da construtora, como avança o Negócios.
No documento enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a explicação do racional da operação de venda é feita em contraponto com a compra da EGF, de gestão de resíduos, adquirida este ano ao Estado. O negócio portuário é "cada vez mais concentrado e, por isso, mais atractivo para empresas maiores e de escala global". Além disso, também é de uso de capital mais intensivo, mais exigente num determinado momento. Já, na óptica da Mota, a aquisição da EGF permite que o capital requerido seja mais leve, possibilitando aproveitar oportunidades internacionais.
A Mota-Engil defende que conseguiu ganhar rentabilidade com a realização destas duas operações, com um impacto positivo de 35 milhões de euros no EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). No campo das receitas, houve uma queda de 8 milhões de euros, sendo que a dívida líquida verifica um agravamento de 4 milhões de euros.