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Venda da Tertir aumenta avaliação das acções da Mota-Engil

As acções da Mota-Engil estão a reagir à alta ao anúncio da venda da Tertir e da unidade de Logística, um negócio que tem impacto positivo na avaliação da construtora, de acordo com os analistas do BPI e do CaixaBI.

Bruno Simão/Negócios
30 de Setembro de 2015 às 09:56
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A venda da Tertir e da Mota-Engil Logística tem um impacto positivo na Mota-Engil, de acordo com as análises efectuadas esta quarta-feira ao negócio que a construtora anunciou após o fecho da sessão anterior.

A companhia liderada por Gonçalo Moura Martins anunciou que chegou a acordo com o grupo turco Yildirim para a alienação das suas subsidiárias Mota-Engil Logística e Tertir, numa operação que representa um encaixe de 275 milhões de euros para a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins.

De acordo com as contas efectuadas pelo BPI, este negócio tem um valor atribuível à Mota-Engil de 329 milhões de euros, o que compara com os 226 milhões de euros a que o BPI avaliava estes activos. "A diferença de 103 milhões de euros representa 0,50 euros por acção de criação potencial de valor ao nível de Mota-Engil, o que representa 15% do nosso preço-alvo para o final de 2016 (3,44 euros)", refere o BPI.

Ao nível da dívida o negócio também tem um efeito positivo, já que além do encaixe de 275 milhões de euros com a operação, a Mota-Engil deixa de consolidar dívida no valor de 27 milhões de euros. Deste modo, segundo o BPI, a operação representa uma queda de 17% na dívida da construtora.

O CaixaBI também avaliou o impacto do negócio, concluindo que resulta num aumento da avaliação em 0,80 euros por acção. "Como tal, embora consideremos prematuro alterar a nossa opinião de valor para a empresa nesta fase inicial do negócio, consideramos que a indicação dada pelas condições do acordo são claramente positivas para a Mota-Engil e deverão dar um impulso positivo ao preço da acção", refere este banco de investimento.

Venda permite reforçar estrutura de capital da Mota

O BPI acrescenta que este negócio vai permitir à Mota-Engil optimizar e reforçar a sua estrutura de capital, devido à descida do endividamento, mas por outro lado reforça a exposição aos mercados emergentes. O rácio da dívida sobre o EBITDA baixará de 4,3 vezes para 3,8 vezes.

Depois da venda da Tertir e da unidade de logística, o BPI estima que o negócio em África represente mais de metade (52%) do EBITDA estimado para 2016, na América Latina 20%, na Europoa 11% e o ambiente e serviços 18%.   

Quanto às notícias que podem servir no futuro de catalizador para as acções, o BPI cita a potencial venda da posição na Ascendi. O BPI avalia a posição de 60% que a construtora tem nesta companhia em 291 milhões de euros. Salienta também a possível venda de outros activos não estratégicos, bem como a solução para a Mota-Engil África, que pode passar pela retirada da Mota-Engil África de bolsa, ou aumento do "free float" desta cotada.

Acções sobem   

Na bolsa a venda da Tertir e da Mota-Engil Logística também está a ter um impacto positivo. As acções da Mota-Engil sobem 4,84% para 1,908 euros, a aliviarem de uma valorização máxima de mais de 6%. A Mota-Engil África ganha 8,54% depois de duas sessões seguidas a cair mais de 10%.

A subida das acções na sessão desta quarta-feira atenua o movimento fortemente negativo dos últimos dias. Na terça-feira as acções da Mota-Engil chegaram a afundar 7,07% para 1,801 euros, a cotação mais baixa desde Abril de 2013, numa altura em que se especula que a cotada pode estar a preparar a saída de bolsa da sua unidade africana.

O BPI recomenda "comprar" acções da Mota-Engil, com um preço-alvo de 3,10 euros. O CaixaBI também recomenda comprar, com um preço-alvo de 3 euros.

(notícia actualizada com mais informação do "research" do BPI)

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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