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Mota-Engil encaixa 275 milhões de euros com venda da Logística e Tertir
A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins anunciou esta terça-feira a venda, ao grupo Yildirim, das suas subsidiárias Mota-Engil Logística e Tertir – Terminais de Portugal.
A Mota-Engil chegou a acordo com o grupo turco Yildirim para a alienação das suas subsidiárias Mota-Engil Logística e Tertir, informou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"A transacção será precedida de algumas operações de reorganização societária, encontrando-se pendente, designadamente, da decisão de não oposição da Autoridade da Concorrência, esperando-se a sua concretização até ao final do corrente ano", acrescenta o documento.
O portefólio dos activos detidos pela Mota-Engil, e na parte que lhe corresponde, será transaccionado por 275 milhões de euros ("equity value") e inclui as concessões portuárias, detidas pelo grupo em Portugal, Espanha e Peru, bem como a empresa de serviços de suporte de logística Transitex, diz a construtora no seu comunicado.
A Mota-Engil explica que esta venda "acontece na sequência da decisão estratégica de saída do segmento portuário em sintonia com o reforço recente que o grupo fez no segmento de resíduos com o qual, após a integração recente da EGF, pretende basear a expansão internacional da sua actividade de serviços".
"O encaixe financeiro resultante desta transacção irá permitir ao grupo a optimização e o reforço da sua estrutura de capital, em linha com a estratégia financeira delineada", conclui o comunicado.
Num outro comunicado à CMVM, o Novo Banco dá também conta desta alienação, informando que "exerceu o direito de 'tag along' para a venda da participação de 36,875% detida no capital social da Tertir".
"A conclusão da transacção nos termos ora acordados implicará um impacto positivo nos resultados líquidos, rácio de solvabilidade e liquidez" do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha, acrescenta.
Na edição desta terça-feira, o Negócios salientava que a Mota-Engil e o Novo Banco estão a vender a empresa de concessões Ascendi e a gestora de portos Tertir, o que implica uma mudança de relação entre os dois parceiros – em que a construtora é um dos maiores devedores do banco.
"A venda de empresas em que é parceira do Novo Banco é uma das iniciativas que a Mota-Engil tem em curso. A reestruturação do banco que herdou os activos saudáveis do BES é apresentada como a principal razão para as alienações que estão a ser preparadas. Mas para o grupo da família Mota a venda de empresas como a concessionária de infra-estruturas Ascendi ou a gestora portuária Tertir pode revelar-se um meio para reduzir o seu nível de endividamento", sublinhava a notícia do Negócios.
Como o Negócios avançou em Julho, o Novo Banco e a Mota-Engil mandataram o Haitong Bank (antigo BESI) para vender 60% da Ascendi – empresa que gere concessões de infra-estruturas de transportes em Portugal, Espanha, Brasil, México, Moçambique e Colômbia. Tendo em conta o valor de balanço da participação que a instituição financeira tem na Ascendi (28,6%), a alienação de mais de metade do capital da empresa poderá render cerca de 300 milhões de euros.
Relativamente à Tertir, ontem o Público avançava que a Mota-Engil estava já a avaliar diversas propostas de compra da empresa de gestão de portos e que o grupo turco Yildirim era um dos interessados.