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Mota-Engil encaixa 275 milhões de euros com venda da Logística e Tertir

A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins anunciou esta terça-feira a venda, ao grupo Yildirim, das suas subsidiárias Mota-Engil Logística e Tertir – Terminais de Portugal.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
29 de Setembro de 2015 às 19:29
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A Mota-Engil chegou a acordo com o grupo turco Yildirim para a alienação das suas subsidiárias Mota-Engil Logística e Tertir, informou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

"A transacção será precedida de algumas operações de reorganização societária, encontrando-se pendente, designadamente, da decisão de não oposição da Autoridade da Concorrência, esperando-se a sua concretização até ao final do corrente ano", acrescenta o documento.

 

O portefólio dos activos detidos pela Mota-Engil, e na parte que lhe corresponde, será transaccionado por 275 milhões de euros ("equity value") e inclui as concessões portuárias, detidas pelo grupo em Portugal, Espanha e Peru, bem como a empresa de serviços de suporte de logística Transitex, diz a construtora no seu comunicado.

 

A Mota-Engil explica que esta venda "acontece na sequência da decisão estratégica de saída do segmento portuário em sintonia com o reforço recente que o grupo fez no segmento de resíduos com o qual, após a integração recente da EGF, pretende basear a expansão internacional da sua actividade de serviços".

 

"O encaixe financeiro resultante desta transacção irá permitir ao grupo a optimização e o reforço da sua estrutura de capital, em linha com a estratégia financeira delineada", conclui o comunicado.

Num outro comunicado à CMVM, o Novo Banco dá também conta desta alienação, informando que "exerceu o direito de 'tag along' para a venda da participação de 36,875% detida no capital social da Tertir".

 

"A conclusão da transacção nos termos ora acordados implicará um impacto positivo nos resultados líquidos, rácio de solvabilidade e liquidez" do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha, acrescenta.

 

Na edição desta terça-feira, o Negócios salientava que a Mota-Engil e o Novo Banco estão a vender a empresa de concessões Ascendi e a gestora de portos Tertir, o que implica uma mudança de relação entre os dois parceiros – em que a construtora é um dos maiores devedores do banco.

 

"A venda de empresas em que é parceira do Novo Banco é uma das iniciativas que a Mota-Engil tem em curso. A reestruturação do banco que herdou os activos saudáveis do BES é apresentada como a principal razão para as alienações que estão a ser preparadas. Mas para o grupo da família Mota a venda de empresas como a concessionária de infra-estruturas Ascendi ou a gestora portuária Tertir pode revelar-se um meio para reduzir o seu nível de endividamento", sublinhava a notícia do Negócios.

 

Como o Negócios avançou em Julho, o Novo Banco e a Mota-Engil mandataram o Haitong Bank (antigo BESI) para vender 60% da Ascendi – empresa que gere concessões de infra-estruturas de transportes em Portugal, Espanha, Brasil, México, Moçambique e Colômbia. Tendo em conta o valor de balanço da participação que a instituição financeira tem na Ascendi (28,6%), a alienação de mais de metade do capital da empresa poderá render cerca de 300 milhões de euros.

 

Relativamente à Tertir, ontem o Público avançava que a Mota-Engil estava já a avaliar diversas propostas de compra da empresa de gestão de portos e que o grupo turco Yildirim era um dos interessados.

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