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CaixaBI revê em baixa preço-alvo da Mota-Engil devido aos resultados semestrais
A unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos baixou o preço-alvo da construtora Mota-Engil à luz dos resultados do primeiro semestre apresentados recentemente.
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O CaixaBI, a unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos, reviu em baixa o preço-alvo da Mota-Engil de 3,60 euros para 3 euros. A recomendação ficou inalterada em "comprar", de acordo com uma nota de análise a que o Negócios teve acesso. O banco de investimento justifica esta decisão "à luz" dos resultados semestrais divulgados no final de Agosto.
A Mota-Engil realizou, no primeiro semestre deste ano, um volume de negócios de 1.074 milhões de euros, o que representa uma queda de 4% face aos 1,12 mil milhões um ano antes. A Europa voltou a ser o maior mercado para a Mota-Engil. No primeiro semestre, o volume de negócios realizado por esta região foi de 454 milhões de euros, representando 42% do volume, quando há um ano tinha pesado 34,5%, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a 31 de Agosto.
No primeiro semestre, o EBITDA registou uma queda de 25%, atingindo os 145 milhões de euros, o que a empresa explica pela diminuição do contributo de África que passou de 72% para 49%. É em África que as margens são mais elevadas, explica a empresa, pelo que uma queda neste negócio tem impacto ao nível do EBITDA e da margem EBITDA que passou de 17,3% para 13,5%. Os lucros ficaram nos 12,6 milhões de euros, o que compara com os 31,3 milhões um ano antes, o que a empresa explica pelo aumento dos interesses minoritários originados pela dispersão em bolsa da Mota-Engil África. A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) acredita que os projectos que se iniciaram em África poderão ter contributo acelerado ao longo do ano. Ainda assim, o negócios em África caiu 32%, "devido principalmente à menor actividade no Malawi e em Angola", segundo o documento enviado ao regulador.
Na nota é ainda apontado que valor revisto para a Ascendi "reflecte múltiplos implicados no negócio de 300 milhões da Ardian".
"Continuamos a ver riscos ascendentes na nossa avaliação. Isto pode vir do anúncio de um grande projecto obtido em África ou pela decisão da sociedade gestora em vender uma participação na Ascendi. Contudo, os riscos descendentes mais visíveis são uma possível deterioração das necessidades de capital de exploração e África não alcançar as orientações operacionais actuais em 2015 por uma margem substancial", revela ainda a nota de análise.
Por esta altura, a Mota-Engil está a descer 0,67% para 1,925 euros e o preço-alvo estabelecido é de 3 euros. O que significa que tem um potencial de valorização em torno de 56%.
CaixaBI revê também as estimativas para a Mota-Engil África
Os analistas do CaixaBI reviram também as estimativas para a Mota-Engil África. "Aproveitámos a oportunidade para fazer o 'roll over' da nossa estimativa de 'fair value' para o fim de 2016. A evolução observada das vendas desiludiu-nos, o que nos levou a realizar uma baixa generalizada das estimativas de vendas da empresa. As estimativas revistas apontam para um 'fair value' de 4,20 euros no fim de 2016, gerando uma recomendação 'Accumulate'", pode ler-se em outra nota de análise emitida pela unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos.
As acções da Mota-Engil África estão a recuar 5,16% para 3,746 euros. Dado que o preço-alvo é de 4,20 euros, a cotada tem ainda um potencial de valorização de 12%.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.