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Mota-Engil sobe mais de 5% após encaixar 275 milhões de euros
O anúncio da venda da Tertir e da Logística aos turcos da Yildirim está a animar as acções da construtora, que na última sessão tinham tocado em mínimos de 2013.
As acções da Mota-Engil estão a liderar os ganhos da bolsa nacional na sessão desta quarta-feira, reagindo de forma positiva ao anúncio da venda da Tertir e da Mota-Engil Logística.
Os títulos avançam 5,88% para 1,927 euros, depois de na véspera terem tocado em mínimos de 2013 nos 1,801 euros.
Já depois do fecho da sessão de terça-feira a Mota-Engil anunciou que tinha chegado a acordo com o grupo turco Yildirim para a alienação das suas subsidiárias Mota-Engil Logística e Tertir, numa operação que representa um encaixe de 275 milhões de euros para a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins.
A Mota-Engil explica que esta venda "acontece na sequência da decisão estratégica de saída do segmento portuário em sintonia com o reforço recente que o grupo fez no segmento de resíduos com o qual, após a integração recente da EGF, pretende basear a expansão internacional da sua actividade de serviços".
A subida das acções na sessão desta quarta-feira atenua o movimento fortemente negativo dos últimos dias. Na terça-feira as acções da Mota-Engil chegaram a afundar 7,07% para 1,801 euros, a cotação mais baixa desde Abril de 2013, numa altura em que se especula que a cotada pode estar a preparar a saída de bolsa da sua unidade africana.
Apesar da recuperação de hoje, as acções da Mota-Engil acumulam uma quebra de 31,6% este ano, o que reduziu a capitalização bolsista da cotada para 372 milhões de euros.
A Mota-Engil África negoceia hoje em alta ligeira (0,26% para 3,51 euros), depois de nas últimas duas sessões ter desvalorizado sempre mais de 10%. A Mota-Engil tem vindo a reforçar a sua carteira de acções próprias. Uma operação que, na opinião dos analistas, reforça os rumores que a construtora portuguesa possa estar prestes a avançar com a retirada da sua subsidiária africana da bolsa de Amesterdão, através de uma oferta de troca de acções da Mota-Engil. "A aquisição de acções próprias pode alimentar os rumores de tal cenário [retirada da subsidiária africana]", destaca o BPI.
Já o CaixaBI nota, num "research" em que cortou as avaliações da Mota-Engil e da ME África para 3,00 e 4,20 euros, respectivamente, que "a dispersão da Mota-Engil África falhou os seus objectivos iniciais e tem, acima de tudo, criado uma fonte de custos e complexidade para a Mota-Engil que certamente não são bem-vindos".