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Mota-Engil África dispara 56% com proposta de saída de bolsa

As acções da cotada estão a reagir em forte alta à proposta de abandonar o mercado accionista. Apesar de menor, o desempenho está a ser acompanhado pela Mota-Engil. A empresa anunciou um aumento de capital, com o objectivo de financiar a retirada da Mota-Engil África de bolsa.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
12 de Outubro de 2015 às 09:21
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A Mota-Engil África está a negociar em forte alta. Os títulos cotados na bolsa de Amesterdão disparam 55,86% para 5,876 euros, tendo já chegado a negociar num máximo de 5,90 euros. Uma forte valorização, depois de a empresa ter proposto retirar as suas acções do mercado accionista. Já a casa-mãe sobe 2,36% para 2,303 euros, apesar de ter anunciado a intenção de realizar um aumento de capital.

"A Mota-Engil África comunicou que o seu conselho de administração pretende solicitar à Euronext Amsterdam NV a exclusão da negociação, no mercado regulado por esta entidade, das acções ordinárias representativas do seu capital social". Esta foi a informação que a Mota-Engil fez chegar ao mercado no passado domingo, 11 de Outubro, acrescentado que a empresa cotada em Amesterdão oferece-se ainda para recomprar aos investidores os títulos que detenham.

A construtura portuguesa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) tem, actualmente, 82% do capital da empresa com os activos em África e que a Mota Gestão e Participações tem ainda 13% do mesmo capital. No mesmo comunicado que foi enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil adianta que pretende ainda fazer um aumento de capital, para depois adquirir os títulos da Mota-Engil África que tenham sido comprados aos accionistas. E a família Mota já "manifestou disponibilidade para alienar as suas acções", participando posteriormente no aumento de capital.

A valorização das acções da Mota-Engil África na sessão desta segunda-feira, 12 de Outubro, é a maior desde que a empresa se estreou em bolsa em Novembro de 2014. Ainda assim, a cotação de 5,876 euros fica 4,04% abaixo do preço de recompra oferecido pelo Mota-Engil África: 6,1235 euros. Esta sessão está a ser marcada pela transacção de títulos muito acima da média. Já foram negociadas esta manhã 15.455 acções, sendo que a média diária dos últimos seis meses é de apenas 9.276 acções.

Também elevada está a ser a negociação dos títulos da Mota-Engil. Com uma média diária nos últimos seis meses de 823.499 acções, a cotada regista só esta manhã uma negociação de 209.378 acções. Apesar da valorização das acções nesta sessão – após um ganho de quase 6% na última sexta-feira -, a Mota-Engil está a transaccionar 7,19% abaixo dos 2,4814 euros, o valor mínimo proposto pela empresa para a realização do aumento de capital.

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