Notícia
PSI-20 com a pior semana desde Setembro em ambiente de incerteza política
O PSI-20 recuou 2,36% no acumulado da semana, registando assim a pior semana desde 4 de Setembro. O sector financeiro foi o que mais caiu durante a semana: BCP caiu 9,50% e o BPI recuou 7,99%.
O PSI-20 desvalorizou 2,36% no acumulando da semana, sendo esta a pior semana desde 4 de Setembro, em que a bolsa nacional recuou 4,33%. Estes últimos cinco dias foram marcados por um clima de alguma instabilidade política. Na segunda-feira, 12 de Outubro, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda estiveram reunidos. O líder socialista, António Costa, assinalou, no final do encontro, que há margem para aproximar posições" com o BE e Catarina Martins, líder bloquista, afirmou que estão criadas as condições para um governo liderado pelo PS e apoiado pelo BE.
Esta aproximação entre os dois partidos levou a uma queda expressiva da banca na segunda-feira que, os analistas consultados pelo Negócios, apontaram dever-se a dois factores: um movimento de correcção (o BCP subiu quase 40% nas duas semanas anteriores, e o BPI mais de 26%) e pela incerteza que envolve a eventual formação de um governo à esquerda.
Durante a semana, houve dias de ganhos para a banca mas, no conjunto da semana foi precisamente a banca que mais caiu. O BCP caiu 9,50% e o BPI recuou 7,99%.
A terceira empresa que mais perdeu durante a semana foi a Mota-Engil, que caiu 6%. No último domingo, 11 de Outubro, a construtora anunciou que "pretende promover a realização de um aumento do capital social (...) até um montante equivalente ao que vier a ser empregue pela Mota-Engil África na aquisição das acções" que forem objecto de uma operação de exclusão da bolsa de Amesterdão. É desta forma que a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins pretende financiar a retirada da sua "holding" que agrega os negócios em África. O aumento de capital da Mota-Engil, que será votado pelos accionistas em data a designar, "implicará a emissão de novas acções da Mota-Engil com um preço de subscrição não inferior a 2,4814 euros por cada nova acção", um valor que corresponde "ao preço médio ponderado das acções no mercado regulamentado gerido pela Euronext Lisbon nos seis meses anteriores ao dia 8 de Outubro de 2015 (inclusive)".
Em sentido contrário estiveram os títulos da Portucel, cotada que mais avançou no total da semana. Subiu 3,84%. Durante esta semana o CaixaBI subiu avaliação da Portucel. O CaixaBI destacou a Portucel como um dos títulos mais atractivos da bolsa de Lisboa, tendo aumentado o preço-alvo para 4,80 euros e subido a recomendação para "comprar", para reflectir a evolução do preço no mercado.
Além disso, a Portucel e REN são as novas "balas" do Haitong. O Haitong elegeu as acções da REN e da Portucel para o cabaz das seis melhores apostas ibéricas até ao final do ano. Altri, Semapa e Sonae saíram do grupo das "balas de prata" do banco de investimento.
A REN é a segunda cotada que mais subiu na semana, apreciando 1,52%. Além de ter sido considerada com uma das "balas" do Haitong, a marcar a semana da empresa liderada por Rodrigo Costa esteve o facto de a S&P ter tirado a REN de "lixo".
A Altri esteve também entre o leque das empresas que mais subiu na semana, apreciando 0,99%. E a Jerónimo Martins foi a quarta empresa que mais avançou nos últimos cinco dias, crescendo 0,64%.