A saída de Manuel Ferreira de Oliveira da presidência executiva da Galp Energia e a indicação de Carlos Gomes da Silva para o substituir tem um impacto "neutral" na avaliação da Galp, na opinião dos analistas do BESI e do Caixa BI.

"Não esperamos nenhuma alteração maior na estratégia da empresa após a eleição da nova equipa executiva, uma vez que o principal accionista se mantém e empresa apresentou recentemente o plano estratégico para os próximos cinco anos", escreve Filipe Rosa, analista do BESI, numa nota de análise publicada esta segunda-feira. A alteração na liderança é "neutral para a Galp", conclui o BESI.

Para o analista, a saída de Ferreira de Oliveira não foi uma surpresa. "Acreditamos que era altamente esperado que Ferreira de Oliveira não procurasse a reeleição após uma longa e inspiradora carreira", escreve Filipe Rosa, analista do BESI, numa nota de análise publicada esta segunda-feira. Por outro lado, a saída de Luís Palha da Silva foi mais surpreendente para o banco, que o via como o candidato melhor posicionado para substituir Ferreira de Oliveira.

O banco de investimento considera que "será difícil substituir" Ferreira de Oliveira, mas destaca a acção de Carlos Gomes da Silva nos últimos anos na empresa. "Gomes da Silva é membro do conselho executivo desde 2008 e teve um desempenho impressionante na liderança da unidade de Gas & Power, com um papel crucial na moneterização dos contratos de longo termo de gás natural", escreve o analista na nota de "research", salientando que este departamento tem gerado um importante aumento do fluxo de caixa ("free cash flow").  

Caixa BI destaca impacto neutral

A unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos também considera que "de um ponto de vista de avaliação, esta mudança tem um impacto neutral." O CaixaBI aponta o contributo de Ferreira de Oliveira para a companhia. "O profundo conhecimento da indústria detido por Manuel Ferreira de Oliveira dificilmente é replicável". Contudo, o banco assegura que a transição está assegurada. "Neste momento a empresa possui nas suas fileiras capital humano e activos de excelente qualidade, além de uma estratégia muito clara para atingir as metas de crescimento que se propôs para os próximos anos", escreve o analista Carlos Jesus, numa nota de análise publicada esta segunda-feira.

Acções em queda ligeira

As acções da Galp Energia estão a desvalorizar esta segunda-feira 0,05% para 10,345 euros. Durante a sessão já desceram um máximo de 3,38% para 10,00 euros e registaram já um ganho ligeiro de 0,24% para 10,375.

A avaliação do CaixaBI de 15,30 euros e o preço-alvo de 12,4 euros do BESI representam um ganho potencial de 48% e 20%, respectivamente, face à actual cotação.

Na sexta-feira, 20 de Março, Ferreira de Oliveira e Luís Palha da Silva anunciaram que não estavam disponíveis para exercer mais um mandato na Galp Energia. No domingo, dia 22 de Março, o presidente do Conselho de Administração, Américo Amorim, confirmou que vai propor a nomeação de Carlos Gomes da Silva para liderar a comissão executiva da Galp Energia, em substituição de Ferreira de Oliveira.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.